As escolhas de cada um

Oportunidades

- O que está dizendo homem?

- Dona Clara me chamou às pressas porque não conseguiu falar com você. Miriam passou mal e foi para o hospital.

- Mas o que aconteceu?

- A gente conversa no caminho. Vamos.

Às pressas eles se dirigiram para o hospital.

- Calma, senhor. Ela já foi atendida e logo o médico vai vir falar com vocês.

- Se tranqüilize, Tomé. Venha, vamos tomar alguma coisa ali na máquina de café.

- Como ficar calmo sem saber o que ela tem?

- Dona Clara disse que ela desmaiou. Talvez tenha sido só um mal-estar.

- E se ela foi atacada por aquele espírito que me fez te atacar?

- Tenha certeza de que ela está bem se acalme.

- É verdade eu ia até sua casa para conversarmos.

- Pois pode falar.

- Já estou há um tempo procurando uma forma de me desculpar pelo que fiz. Me deixei levar e acabei te agredindo.

- Eu devo ter merecido, mas vou repetir para que entenda de uma vez: eu não tenho nenhuma atração por Miriam, meus sentimentos por ela não são maliciosos.

- Você já me disse, mas estava com a cabeça cheia de pensamentos de traição e, quando vi você a segurando, eu perdi a cabeça.

- Eu já lhe perdoei. Agora falta você se perdoar e esquecer isso. E também pôr na sua cabeça que ela te ama.

Eles apertaram as mãos em sinal de que estava tudo bem.

- Você bate forte. Já pensou em virar lutador?

- Eu já, mas nunca tive oportunidade. O que me lembra de uma coisa. Você pode ajudar Carlos com os livros dele?

- E do que ele precisa?

- Ele escreve, mas não sabe como ganhar dinheiro com isso.

- Eu posso dar uma dica ou outra, apesar de que concorrência... não sei, não.

- Ele está de cadeira de rodas por causa do acidente e deve ficar assim um bom tempo.

- Eu estava brincando, Tomé. É claro que posso ajudar.

Uma enfermeira chamou Tomé, que foi correndo saber notícias.

- O senhor é o que dela?

- Nós ainda não casamos no papel, mas sou o companheiro dela.

- Não tem problema, é só para constar na ficha.

Ela pegou mais alguns dados e depois foi permitido entrar na sala onde Miriam e o médico aguardavam.

- Meu amor, você está bem?

- Sim, foi só um susto.

- Nós fizemos alguns exames, mas tenho quase certeza de que vocês virem aqui hoje foi uma coisa boa.

- E por quê, doutor?

- Vou deixá-la te contar.

- Acho que Deus achou um jeito de te mostrar que eu te amo e multiplicou nosso amor.

- Não estou entendo.

- Eu estou grávida, Tomé.

- Nós... nós vamos ter um filho!