CAPÍTULO 5

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  Sei perfeitamente o quanto temos coisas para conversar e nos acertar, porém agora... Caramba. São exatos 7 anos que não a tenho em meus braços, que por hora posso ignorar que escondeu minha filha de mim. Ela não é como a Sara, não, não há comparação. Jacky viveu anos e ainda vive uma relação abusiva com o patriarca. Não duvido que seu marido abuse dela também. Nem quero imaginar o que ele foi capaz de fazer com ela durante todo esse tempo. Terei a cabeça dele em uma bandeja de prata mais cedo do que imagina. Não sou bonzinho como pensam, consigo ser duas vezes pior do que meu irmão Christian. A diferença é que sempre estive com a cabeça no lugar e ele a colocou depois de tudo que passou com a esposa. Essa por quem me apaixonei ou achava que estava de tão linda que ela era, eu a quis e a desejei pra mim sem me importar com os sentimentos do meu irmão. Esse era um mal irreparável nessa família quando éramos todos imaturos e desunidos. O meu ser interior se modificou assim que a viu. Jacky. A mulher da minha vida. Depois dela, não existe mais espaço no meu coração para outra. 
     Sou mulherengo demais, adoro variar de mulheres e infelizmente não sei ser fiel. Não sei se conseguiria com a Jacky e se ela me perdoaria caso acontecesse uma traição. Esse é o meu pior defeito, confesso. Então, meus irmãos conseguiram amar somente uma e a fidelidade se tornou algo natural. Melhor não sofrer por antecipação. Só sei que quando estou com ela, não penso em mais ninguém. É só ela quem eu quero. Porém longe, não resisto a alguns rabos de saias. É tentador demais.
      A pus sobre a cama e tirei minha camisa e ela imediatamente deslizou os dedos sobre o meu peito, beslicou o mamilo e os trocou pelos seus lábios. Sorri. Ela é tudo que eu sempre quis. Seus toques, seus beijos me confortam de uma maneira totalmente insana e louca. Nenhuma outra me fez sentir assim. Daria qualquer coisa para ter suas mãos em mim todos os dias da minha vida. Morreria pra tocá-la incessantemente. Sou completamente louco por ela.
    Agradeço todos os dias por não ter crescido com aquele pai cruel ou minha cabeça estaria tão ferrada quanto ao do meu irmão Christian ou poderia ter crescido sem autoestima como o Jonathan, talvez indiferente e sem sentimentos como o Brendan ou mesmo vitimizado como o Jean e então eu não poderia ajudá-la e muito menos entendê-la. Seríamos vulcões prestes a explodir.
     Acariciei seu rosto com as costas da mão e ela sorriu lindamente. Adoro como seu rosto se transforma ao sentir os meus carinhos, minhas demonstrações de amor. Adoro o fato dela saber que é minha e de entregar sem restrições.
      — Você é a mulher da minha vida, Jacqueline. Eu te amo tanto, tanto, mas tanto que nem sei mais. Só quero ficar com você, perto de você — Suguei seu pescoço quando ela o jogou pra trás — Faço qualquer coisa por você.
      Uma lágrima dela caiu e a limpei.
      — Eu sei. Acho que deveria ter sido assim desde do começo, porém fiquei totalmente receosa. Esse sentimento é novo pra mim e ainda tinha o meu pai. Meu maior problema sempre foi não conseguir confiar nas pessoas. Eu tive medo, mas não deveria. Escolhi o meu pai porque sempre fui incapaz de deixá-lo.
     — E o que mudou? — Tirei seu sutiã enfiando as mãos por dentro do seu vestido e soltei o fecho fazendo-o deslizar pelos seus braços, em seguida abaixei a alça e beijei seu ombro agora nu.
      — Jayden.
      — Você me ama, Jaqueline?
     Ela se sentou no meu colo posicionando seu corpo contra o meu enquanto nos beijávamos.
     — Eu te amo Derek, amo muito. Eu preciso de você como nunca precisei de ninguém antes.
      — Estarei sempre aqui por você, linda — Passei o dedo pelos seus lábios — Sempre.
      A deitei e terminei de tirar nossas roupas incômodas e com delicadeza, a penetrei. Estou de volta ao paraíso, finalmente. Em determinado momento, ela virou o rosto e seus olhos expressaram um tipo de vazio. Era como se ela não estivesse mais ali comigo, como o ato de fazermos  amor, precisasse do seu afastamento porque doía na alma e, sei exatamente o porquê dessa reação natural. Tentei não surtar com minha sede de vingança. Agora não, não quando ela precisa tanto de mim. Segurei em seu queixo e a fiz me enxergar.
      — Não se perca aí dentro, meu amor. Sou eu. Estamos fazendo amor porque nos amamos, se lembra?
       Ela voltou a sorrir sinceramente me acalmando e trouxe meu rosto para perto do seu atacando minha boca com uma fome voraz.
      — Preciso tanto de você, Derek.
      — Eu que preciso de você. Não quero mais que fuja de mim nunca mais, entendeu?
       — Entendi.
      Atingimos o clímax  juntos como na nossa primeira vez e isso não se compara a nada. É perfeito. A aconcheguei em meus braços afagando seus cabelos. Se eu fosse outro tipo de homem, a estaria acusando ou xingando por ter escondido minha filha de mim, porém não sou, nem sequer chego perto. Não com ela. Posso imaginar o que possa ter passado durante esse tempo com aqueles dois filhos da puta, desgraçados. 
       — Ela é linda como você?
       Ela riu beijando meu peito me fazendo ter ideias. Todas as vezes que fizemos amor, ela sempre gostava de me tocar sutilmente ou beijar alguma parte do meu corpo a cada sorriso ou risada e eu simplesmente sou viciado em ter suas mãos e boca em mim. Adoraria ter sua boca mergulhada no meu pau, mas ela não insinuou que está afim e como um cavalheiro que sou, não obrigo e sim peço sem forçar nenhuma situação.
       — Mentiroso. Jayden é exatamente igual a você, sem tirar nem pôr. Sua cópia muito bem feita. Quase um clone.
      Gargalhamos. Era verdade. Não tinha como dizer que aquela menina não era minha versão feminina. Meus cabelos são negros e os delas são iguais os da mãe. Mesma textura, mesmos cachos. Tudo igual.
       — Ok — Levantei as mãos brincando — Você me pegou. A cor dos cabelos dela são castanhos como os seus.
     — Obrigada — Riu me reverenciando — A única coisa também.
     — Ela terá seios um dia e pode ser que sejam perfeitos como os seus.
      — Derek? — Riu.
      — Quando esse dia chegar, não quero ouvir reclamações quando expulsar a tiros cada um dos seus pretendentes.
      — Como você é machista.
      — O que? Machista? Só estarei cuidando da minha filha. Não quero ela caindo no papo desses moleques cheios de hormônios.
       — A vida será dela e não sua. A única coisa que pode fazer é orientar, nada mais.
        — Jacky, você escondeu a minha filha de mim por 6 anos, como acha que devo agir daqui pra frente para protegê-la?
         Sua testa se enrugou em uma tristeza profunda, contorceu os lábios lutando contra as lágrimas. Sou muito burro.
       — Me perdoa, não deveria ter dito isso quando nem sei o que aconteceu de fato — A puxei para meus braços esfregando suas costas suavemente em movimentos  uniformes e a senti esquentar — Você é uma mulher que estava sozinha com dois homens covardes e não tenho o direito de subjulgá-la.
      Ficamos um tempo em silêncio e a beijei carinhosamente enquanto acariciava seu rosto.
      — Ela é comprida para alguém tão nova.
     — Sim. Puxou a nós dois.
     Ficamos um tempo em silêncio novamente apenas nos observando até que ela corou.
      — Que diabos foi isso? — Apontei para o seu rosto — Ainda está envergonhada?
      — É novidade para mim essa intimidade toda.
     Respirei fundo e soltei porque não adianta tentar adiar o inevitável: 
     — Me conte como as coisas aconteceram.
      Nos sentamos de frente para o outro e massageei sua mão quando ela começou a falar. Ela olhava para um ponto vazio antes de disparar:
     — Thomas mandou matar o médico que confirmou minha gravidez — Respirou fundo com dificuldade, talvez pelas lembranças e fitou o chão pensativa — Tive tanto medo que pudesse fazer pior com o meu bebê que apenas o obedeci em tudo. Fiz tudo por ela, para mantê-la a salvo. Aguento qualquer coisa, pois jamais deixaria que tocassem em um fio do seu cabelo.
     Essa mulher é admirável e é a mãe da minha filha.
     — Por que ele matou o obstetra?
     — Porque pedi que te ligasse informando sobre nossa filha e nosso paradeiro — Voltou novamente seus olhos nos meus — Eu tentei de outras maneiras mas não tinha acesso nem a uma simples carta. Eu era uma prisioneira naquela casa. Sinto muito, Derek.
      — Não sinta — Falei entre dentes com o ódio  tomando conta do meu  corpo — Você sabe que terei a cabeça de Thomas e do rico em uma bandeja, não sabe?
       — Eu sei e não irei impedi-lo. Quero somente o melhor para a Jayden.
      — Quero que a traga para mim, quero ter o direito de conviver com ela, quero...
      — É um pouco complicado.
      — Então descomplique porque não abrirei mão da minha paternidade e também não abrirei mão de você — A observei que continuava séria — Quero as duas comigo. Não precisa temer nada.
     — Não irei me opor, pois você é o pai dela e merece essa chance. Vocês dois merecem.
     A deitei e voltei a beijá-la.
     — Amanhã?
     — Amanhã.
     — Quero te perguntar uma coisa, na verdade, pedir.
     — E o que é? 
     — Você não quer tentar me chupar?
     O rosto dela se transformou em horror.
     — Não. Nunca.
     Ela se levantou parecendo transtornada.
      — Eu não quero, Derek, não me obrigue.
      Obrigar? Eu não... Desgraçado. Vou matá-lo. Respirei calmamente.
     — Se acalma, não irei te obrigar, apenas te perguntei — A segurei pelo braço que se afastou bruscamente — Jamais seria capaz de algo assim, você me conhece, Jacky.
      A expressão dela não mudou muito. Ainda parecia incrédula.
      — Ok — Foi tudo que disse e voltou a se sentar me fitando e depois de uma eternidade seu sorriso voltou mais lindo do que nunca reagindo aos meus toques em seus cabelos.
      — Mas eu não tenho esse problema.
       Desci beijando seu corpo até meu rosto parar entre suas pernas.

PAIXÃO POSSESSIVA  - FAMÍLIA WINSOR 4 - LIVRO (DEREK) Onde histórias criam vida. Descubra agora