Recomeço

1.2K 81 153
                                    

"Então... O que faremos agora?", Marco me perguntou enquanto eu pensava sobre tudo que aconteceu, desde o momento em que o raptaram, até agora.

Eu soltei um suspiro com as memórias mais recentes e massageei as temporãs.

"Eu não sei.", afirmei me sentando na frente da porta da casa dele e fitando o chão. Já estávamos na Terra, após alguns... imprevistos.

Ele se sentou ao meu lado e pôs a mão em meu obro, o que me fez olha-lo nos olhos que já diziam por sua boca que ele estava ali para me apoiar.

Mesmo que não soubesse o real motivo da minha devastação.

"Está assim por causa daquela discussão?", ele perguntou hesitante e eu assenti ciente de que aquela era a verdade para ele.

...


Soltei um suspiro enquanto escutava os passos se aproximando e me preparava para o drama, fitei minha mãe e ela já fazia expressão de raiva enquanto caminhava a passos pesados em minha direção. Marco entrou pela porta que ficava em direção aos tais passos que eu escutava á segundos atrás, e foi aí que tudo começou.

"Vamos, Marco.", eu disse e, por cima do meu ombro, fitei minha mãe estampando um olhar triste á ela.

"Você não vai.", ela afirmou com voz fria e me virei de imediato, fingindo-me surpresa.

"Por quê?!", perguntei caminhando em sua direção.

"'Por quê'?! 'POR QUÊ'?! Por favor, Star. Você se meteu justamente no que temia! EM UMA BATALHA SANGRENTA COM TOFFEE!", ela gritou e me lembrei do motivo de terem escondido a varinha de mim.

Medo...

Boa, mãe.

"E o resultado disso?! Veja você mesma! Um amigo morto; você quase morta duas vezes seguidas, dois feitiços arriscadíssimos de cura...", ela exclamava avançando enquanto balançava a varinha da qual eu não havia conseguido consertar no final das contas.

"Na verdade foram três...", murmurei me lembrando do estado de Marco quando encontrei com Toffee.

"TRÊS?!", ela perguntou aos gritos. "Mas é claro.", ela disse com sarcasmo na voz. "Não devia tê-la mandado para Terra ficaria mais segura treinando aqui, nos dentro dos limites do castelo, como fez sua vida toda, pelo menos continuaria a pessoa que eu era antes!", ela exclamou ainda sarcástica; Marco só assistia tudo sem saber o que fazer.

Mas ele não precisava saber.

Minha mãe se virou decida e convencida de que eu não voltaria para a Terra e eu baixei a cabeça, sentindo a raiva, um tanto quanto verdadeira, me consumir.

"A pessoa que eu era antes?", sussurrei, e ela parou de andar como consequência, provavelmente escutou meu comentário. "A PESSOA QUE EU ERA ANTES, MÃE?!", questionei-a aos gritos, assim como ela havia feito comigo. "A MALDITA PESSOA QUE EU ERA ANTES REALMENTE NÃO EXISTE MAIS! MAS E DAÍ?! EU ERA EGOÍSTA, METIDA, ATREVIDA, MANDONA, BOMBA RELÓGIO E AMEAÇADORA! EXATAMENTE O OPOSTO DO QUE VOCÊS ME DISSERAM NAQUELE JANTAR IDIOTA ANTES DO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO! E AGORA? AGORA EU AINDA SOU ALGUMAS DESSAS COISAS, MAS SOU UMA PESSOA BEM MELHOR DO QUE ERA QUANDO SAÍ DESSE MALDITO CASTELO!", eu retruquei e tomei a varinha da mão dela. "Devia ficar feliz por eu ter errado tanto quanto diz, porque caso contrário...", comecei e atirei um feitiço simples para abrir a porta brutalmente. "Eu seria a pior rainha que este reino já viu. Sem experiência, sem humildade, sem paciência e, principalmente, sem noção.", eu disse fria e me virei, antes que ela tentasse dizer algo.

The Princess and The Bad boyWhere stories live. Discover now