Capítulo 30

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Eu não posso viver aqui por mais um dia

Escuridão

Manteve a luz escondida

Como sempre cruel

Mantem

A fé enquanto eu cavo uma outra sepultura

Entretanto

Os ratos resistem na roda

Reais como sempre

E parece que fui enterrado vivo

Buried Alive

Avenged Sevenfold







Tento mover minhas pernas, mas elas parecem estar sendo seguradas pelo peso do mundo, pois não consigo se quer dar um passo a frente. Meu corpo está inerte, enquanto minha mente está a mil.

Uma vontade insana de apenas me virar e sair correndo para o mais longe que eu pudesse se apossa de mim.

Como eu pude ser tão idiota de me enganar ao ponto de pensar que as barreiras que eu ergui em meu coração, seriam suficientes para impedir que a morte de Amy me atingisse?

Eu deveria ter previsto que elas não seriam suficientes. Todas elas foram derrubadas e ficou apenas uma dor insuportável.

Quando meus olhos recaem sobre Matt, sinto como se pudesse sentir sua dor em meu próprio corpo. Eu queria poder dizer que não, mas a morte de Amy nos transformou em moedas com a mesma face, ele está sendo forjado no mesmo desespero que eu fui há cinco anos.

Um soluço repleto de dor sai de minha garganta. Um último resquício de esperança de que tudo isso, não passasse de um maldito pesadelo.

Mas no momento em que Matt ergue sua cabeça e seus olhos se encontram com os meus, tenho a confirmação de que tudo isso é a nossa realidade, nua, crua e dolorosa ao extremo. Seus olhos que sempre me trouxeram um conforto inexplicável, estão sem brilho, sem vida. Como se ele tivesse acabado de perder sua razão de viver.

Ele está sentado no chão com as costas apoiadas na parede, sua postura derrotada me angustia e traz lágrimas aos meus olhos.

Amy.

Seus pais, que eu reconheci pela foto que Amy tinha em nosso quarto, estão sentados e se apoiando um nos braços do outro, a cada toque pode se ver a dor da perda. Olho a minha volta à procura de Brian, mas não vejo um sinal se quer de sua presença.

Tento me controlar, mas é impossível frear as lágrimas que inundam meus olhos.

Consigo mover minhas pernas e a cada passo que dou em sua direção, é como se o ar dentro da sala estivesse sendo sugado para longe dos meus pulmões. Fecho meus olhos e obrigo meu corpo e minha mente a serem fortes para que siga em frente. Assim que chego perto de Matt, encosto minhas costas na parede e deslizo me sentando ao seu lado. Ele se quer se move com minha aproximação.

Viro meu rosto e o encaro, a dor estampada em cada traço de seu rosto tão perfeito, é algo devastador de se ver. Sinto como se estivessem rasgando meu peito e retirando pedaços do meu coração lentamente.

— Sinto muito Matt. — minha voz embargada pela emoção, me impedi de proferir mais palavras.

Seguro em sua mão timidamente, ele fica rígido com meu toque, e isso parte ainda mais meu coração já despedaçado. Matt está perdido em sua própria dor messe momento. E nada do que eu faça ou fale vai aliviar a dor que ele está sentindo.

Inefável - Quando não existem palavras para descrever um sentimento. (Completo)Where stories live. Discover now