Capítulo 2

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- Felipe, eu acabei de acordar e... - foi cortado.

- Mas tu é um bosta mesmo, heim. Coragem ligar assim, sem mais nem menos. Tá me achando com cara de palhaço?

- Preciso te falar um negócio sério. - Bruno tentou se comunicar, mas foi em vão.

- Ah, agora é sério? Por que tudo o que você fez até agora foi uma "trolada" pra você!? Eu juro que se você me disser que isso aqui foi uma trolagem para algum dos nossos canais eu te mato! Vou te demitir e depois matar.

As últimas frases não foram ouvidas por Bruno, pois ele desligou a ligação. Logo perceberam Bruna colocando o celular na orelha e atendendo.

- Eu não sei do que o Felipe está falando, mas eu preciso de ajuda Bruna. - disse, meio ofegante. Bruna deu um breve "haham" e o mesmo continuou. – Eu acabei de acordar e não sei onde estou. Tava jogado em uma calçada, mas não lembro como vim parar aqui.

- Você está falando sério? – questionou preocupada.

- Claro que estou, o que está acontecendo com vocês hoje? – Chorou. – Eu to perdido, no meio do nada, e vocês falando besteira no telefone.

- Calma Bruno. – A preocupação aumentou e ela já esqueceu toda a raiva contra o amigo, no momento ele precisava de ajuda e ela o ajudaria. – Tenta usar o GPS do celular!

Bruno se xingou mentalmente por ter esquecido da existência do GPS. Deixou a Bruna em espera e ligou o 3G, logo usou o Google Maps para descobrir onde estava.

- Eai Bruno?

- Espera, essa porra de celular tá demorando. – Ficou encarando o mesmo. Bruna, a pedido do Luccas Neto colocou a ligação no viva voz. – Ibatuba, BR 383. Onde diabos fica Ibatuba?

- Olha no GPS cara! – Gritou Luccas.

- Minas Gerais! – Gritou apavorado e não acreditando. – Eu estou em Minas Gerais!

Felipe Neto já estava também preocupado com Bruno. Como o amigo tinha parado no estado vizinho? O que ele deveria fazer?

- Bruno, quanto de bateria você ainda tem?

- Não muito Felipe, 20%.

- Que droga. E tem alguma coisa por perto?

- Não... to numa estradona.

- Tá, faz o seguinte. Você vai me enviar a sua localização pelo WhatsApp e depois esperar. Desliga o teu celular na hora, entendeu? Vamos economizar essa bateria pois você provavelmente vai precisar. – Bruno fazia que sim, mesmo que o outro não visse. Bruna estava feliz que Felipe estava ali para pensar em tudo isso, pois ela estava ficando meio desesperada.

- Bruno, você tá bem? Tá machucado? – Questionou Thayane que tinha ficado quieta até ali.

- Mais ou menos, parece que tenho alguns arranhões. Porém to morrendo de fome, to mais preocupado com isso.

- Você está com o seu cartão? – Rodrigo perguntou.

- Na verdade não tenho certeza. Vou conferir e envio junto com a localização.

- Se cuida! – Gritou Bruna e Felipe desligou. Foi direto para o computador em seu escritório. Os amigos quiseram ir atrás, mas ele os dispensou. Mandou lerem as revistas.

- Ok Bruno, ok. Me manda logo a sua localização... – Resmungou sozinho, até que a informação apareceu no chat.

Felipe ficou uns 20 minutos procurando algum restaurante ou lanchonete aberta nas redondezas. Encontrou um à 14 minutos de carro, porém antes de pedir o Uber como havia imaginado, pegou o celular para conferir se Bruno estava ou não com o cartão.

"Estou sim, e com 50 reais em dinheiro também."

Não entendeu o por que, sendo que parecia que alguém o havia assaltado ou sequestrado, tinham deixado os pertences dele.

Logo pediu um uber, o que demorou bastante por ser um local pequeno e provavelmente com poucas pessoas trabalhando nisso. Ligou para o motorista e explicou a situação.

- (...) Ele é gordo, não tem erro. Já to deixando tudo pago pelo cartão e coloquei para você leva-lo até um restaurante. Queria saber se não tem condições de você trazer ele até aqui.

- Até o Rio? Não, não teria como.

- Eu posso te pagar o dobro da viagem e a comida no caminho.

- Eu trabalho amanhã, infelizmente não tem como. Porém posso deixa-lo até Pinheirinhos, o que você acha?

- Pode ser... Quando chegar lá você me liga? Obrigado.

A cabeça de Felipe estava estourando. Desceu e foi ter com os amigos. Explicou o que ficou combinado com o motorista de uber e depois ficou viajando nos próprios pensamentos. Alguém tinha mesmo sequestrado o Bruno? Ou ele que havia viajado para lá e se perdido ou sei lá, assaltado no meio do caminho? Por que tinham deixado dinheiro com ele então? E ainda haviam as revistas...

Procurou uma que falava sobre o relacionamento dele com Bruno, "Patrão e empregado, porém amigos", se exilou no quarto e pediu para chama-lo daqui a uma hora e meia. Leu a entrevista e não viu nada demais nela. Apenas reclamações de que trabalhar com ele não tinha hora, que se fosse chamado as 2h da manhã era para sair de casa e chegar em um pulo. Porém que nisso tudo tinha uma grande amizade, que os rolês eram em conjunto, que quando precisava de alguém ele sempre podia contar com o Felipe.

Depois decidiu descansar um pouco, tomou um remédio e dormiu. Desde o sumiço de Bruno ele mal tinha pregado os olhos e o pouco que dormiu foi repleto de sonhos e pesadelos.

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⏰ Last updated: Jul 02, 2021 ⏰

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