Capítulo 2

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Para Josi Santos, pelo Book Trailer da Bella que ficou lindo, mas principalmente pelo carinho e dedicação. O que fez foi incrível. Me senti na Toscana, vivendo aqueles momentos todos com eles. Obrigada.

Feliz Aniversário Kessi Silva (Garanhus PE) Seja feliz, que seus sonhos se realizem. Parabéns!!!

Para Priscilla Bastos. Parabéns minha linda! Feliz Aniversário. Que seu dia seja mágico e que você realize seus sonhos. 

Para Ingrid, Clara Stefania, Thaty,  Carol, Giulia, Lyh, Pithy, Karina, Regina, Munique, Jehanna, Ana Carolina. Hannah, Andrea, Amanda, Simone, Selma, Helena. Obrigada, são muito especiais.

 Hannah

Depois de jantar um gelato no fim do trabalho eu sigo para meu quarto. A hospedaria é muito limpa e bem localizada. Mesmo quando ficamos limpando a gelatteria até tarde tem uma boa iluminação e alguém de plantão na recepção.

Normalmente eu sinto um pouco de medo de caminhar a noite, por mais que Maria jure que é seguro, acho que meu tio acabou conseguindo me colocar medo sobre o mundo.

Tom garantiu que ele não está mais me caçando. Disse que ficou louco de raiva quando não me encontrou e bateu logo na cada de Jane, mas depois desistiu. Acho que entendeu que fui embora e talvez esteja até feliz. No fundo sempre fui um problema que ele não queria ter.

Jane e Tom vão se casar em dois anos. Acho bonito como eles se amam desde adolescentes. Me deito com um livro nas mãos, quem sabe ler um pouco antes de adormecer?

Penso em Sandro, ele é muito bonito e não sei bem por que ele quis saber meu nome e idade, talvez para rir de mim com mais propriedade. Encaro meu uniforme pendurado num cabide na porta do guarda-roupa. Aquele chapéu é mesmo pavoroso.

Não tenho que pensar nele. O melhor é ouvir Maria. Ele não é para mim. Está sempre cercado de amigos, garotas e dinheiro. Eu não me encaixo no mundo dele e isso não é um filme. Caras como ele não olham para garotas como eu.

Além disso, sou só um uniforme, duvido que ele saiba diferenciar Maria e eu. Já aconteceu muitas vezes. Maria está atendendo e alguém fala comigo como se eu tivesse atendido. O uniforme mata nossa personalidade.

Me dá um aperto no coração a hora de dormir. Uma saudade dos meus pais, da minha casa, da certeza de poder correr para eles depois de um pesadelo.

Dói não ter ninguém. Nem mesmo um vizinho próximo, alguém para um momento difícil. Sou eu e nada mais. Meu nome devia ser solidão.

Dobro o uniforme pela manhã. Visto jeans, tênis e sigo para o trabalho. Tenho mais é que agradecer ter um emprego. Não sobra dinheiro, nunca conseguirei chegar a Bolonha nem mesmo para tentar descobrir se sobrou algum vizinho. Nunca vou conseguir uma casa para mim, ou qualquer coisa com o salário que ganho. É a conta certa para a hospedaria e meus gastos com alimentação.

Maria jura que em uns meses vou ganhar um pouco mais. Que estou em experiencia, mas não sei. Acho que o senhor Giacomo não pensa como ela.

Pela manhã quase não tem trabalho, uns poucos turistas passam pela gelateria para experimentar nossa marca. Na hora do almoço tem um pouco de movimento e depois, no fim da tarde, quando os jovens estudantes deixam a universidade. Aos sábados o movimento é bom e aos domingos é cheio de turistas e família que vem a região passear.

Tenho uma folga por semana, agora que vou usar a primeira. Na próxima segunda-feira, Maria quis trocar comigo e no fim, acabei preferindo trabalhar.

Série Família De Marttino - Unidos Pelo Amor (Degustação)Where stories live. Discover now