Vinte e três

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Klaus

"Sweetheart, acorda." Caroline dorme profundamente e me dá pena acordá-la, mas já passa do meio-dia e ela não come nada desde o jantar de ontem. Beijo seu ombro e ela resmunga escondendo o rosto no travesseiro. "Vamos almoçar."

"Me deixa dormir." Ela pede manhosa. Não vejo outra alternativa a não ser puxar o lençol e deixá-la completamente nua, tendo seu corpo banhado pela luz do sol, que entra pelas enormes janelas de vidro. "Você é um chato, assim eu peço o divórcio!"

Ela faz uma careta engraçada ao sentar na cama e acho que acabamos exagerando ontem, na forma em que nos amamos por todos os cômodos da suíte.

"Quer um analgésico?" Ela respira bruscamente e faz um coque nos cabelos.

"Estou com sono e toda dolorida. Sexo selvagem só é bom na hora, mas depois vem as consequências." A puxo para meus braços e a levo até o banheiro. "Você está cheirando a hortelã." Caroline beija meu queixo e passa as unhas por meu pescoço. "Quero beber um suco bem gelado de hortelã com abacaxi."

"Então, tome um bom banho, que depois iremos almoçar em algum restaurante." A banheira já está cheia de água morna e espuma, então, a coloco no chão e a deixo por alguns minutos sozinha para ter um pouco de privacidade como ela gosta.

Cinco minutos depois volto e a encontro sentada no meio da banheira. A espuma cobre até embaixo de seus seios e vejo algumas manchas roxas em seu pescoço. Caroline tem o olhar perdido em algum ponto da parede e seu rosto está pálido. Me aproximo rapidamente com medo de que esteja passando mal e toco em seu ombro.

"O que foi Sweetheart?" Ela me olha e abre um lindo sorriso, o que me deixa bastante confuso.

"Eu estou grávida." Caroline diz com tanta naturalidade e vejo em seus olhos a sua certeza. "Com a correria dos preparativos nem percebi que a minha menstruação está atrasada tem dois meses. E agora tenho esse sono excessivo, desejos estranhos, sem falar que estou me comportando como uma ninfomaníaca."

"Caroline, eu... vou até a farmácia aqui ao lado comprar uns testes." Beijo seus lábios e me apresso em sair correndo em busca de afirmativas.

Um bebê. Um irmão ou irmã para Gabriel. Ele vai ficar muito feliz. E eu... não sei nem o que sentir além de uma imensa felicidade, porque assim como Caroline, tenho certeza que temos um bebê sendo gerado em seu ventre.

Compro três diferentes tipos de testes e tão rápido quanto fui, volto para o hotel.

Caroline está enrolada em uma toalha e levanta da cama assim que entro no quarto. Arranca a sacola da minha mão e se tranca no banheiro. Mais ou menos dois minutos depois ela volta e me entrega os testes.

"Mais três minutos e confirmaremos." Seguro sua mão e a coloco em meu colo ao sentar na poltrona.

"Está feliz?" Afasto os cabelos molhados de seu rosto e Caroline me olha com carinho e roça seus lábios nos meus.

"Ter um filho, fruto do nosso amor é indescritível." Ela suspira e coloca a mão sobre a barriga. "É estranho amar uma vida que até pouco menos de meia hora atrás você nem sabia que existia?"

"Não é. Foi assim também com Gabriel. No momento em que soube de sua existência, ele se tornou tudo para mim. A diferença é que Camille e eu nunca nos amamos e eu passei a gravidez inteira com medo dela matar o meu filho."

Camille nunca aceitou o fato de ser mãe. Para ela ter um bebê era acabar com seu corpo e juventude, com as chances de um casamento com alguém da alta sociedade que aceitasse de olhos fechados a sua futilidade. Gabriel só nasceu pela bondade de Deus e pela severidade dos pais dela, que a obrigaram a seguir com a gravidez caso não quisesse perder as regalias que tinha.

Série Corações Feridos: Você nunca estará só (Vol. 2)✔Where stories live. Discover now