Baile

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Kris estava nervoso. O grande dia chegou. Toda a fortaleza só falava disso. Ja era pôr do sol e o baile começava logo depois dele. Magicamente, a fortaleza amanheceu toda decorada. Sóis e luas enfeitavam cada canto do enorme Castelo. Kris agora estava andando no corredor, mais envergonhado do que nunca. Estava usando suas vestes formais amarelas e suas botas negras. Era um roupa comum, mas ele a adorava da maneira como era. Aubrey disse que o encontraria na entrada do salão e era para lá que ele estava indo. Todos já deviam ter ido, pois os corredores estavam vazios.
Chegando à porta do salão, Kris se encostou na parede, observando o movimento dos vários casais já prontos por ali.
- Kris! - Meg se aproximou, segurando a barra do vestido branco. Ela estava linda, com uns desenhos brancos nas laterais do rosto. Era um tipo de pintura que as lunares faziam. E como ficava bonito nelas. - Cadê a Aubrey?
- Atrasada como sempre. - Luize chegou por trás de Meg. Tinha o cabelo preso em um coque no alto da cabeça e usava um vestido semelhante ao de Meg. As pinturas em seu rosto tinham formas circulares. - As lunares tem uma sacerdotisa muito pontual.
Dois rapazes de cabelos loiros se aproximaram das duas. Se vestiam iguais e pareciam ter os rosto semelhantes. Eram os irmãos gêmeos  Grace e Gael.
- É melhor irmos. - Meg olhou para a porta do salão, que começou a se abrir. Ela pegou no braço de um dos gêmeos e foi em direção a porta.
- Esse não é o meu? - Luiza perguntou, pegando no braço do outro.
As duas se afastaram com seus pares e Kris ficou ali sozinho.
Dali, Kris conseguiu ver a grande decoração do salão principal. As cores amarela e azul se misturavam, formando formas únicas. Mesas dispersas e um grande centro para as danças. No canto, haviam músicos com vários instrumentos, que começavam a tocar a medida que as pessoas entravam.
Uma luz veio do corredor. O ar pareceu mudar. Kris olhou para a direção e não conseguiu disfarçar o queixo caído.
Aubrey estava deslumbrante. Os cabelos puxados para trás e descidos em cachos nas costas. O vestido era diferente de todos. Era dourado. Os sapatos altos fazendo barulho enquanto ela caminhava. Desenhos que formavam linhas negras deixavam o vestido parece que tremulava enquanto ela andava. As pinturas de seu rosto eram douradas e nos seus lábios, a tinta dourada se destacava.
- Kris? - Kris ouviu uma voz distante. Não conseguia tirar os olhos dela. - Kris?
- Ah... - Com dificuldade, ele voltou a si mesmo. - Você está...
Aubrey riu. Kris deu o braço para ela, sabendo que não conseguiria dizer muita coisa. Ela aceitou o braço e juntos, ambos entraram no salão movimentado.
Os olhares foram inevitáveis. Aubrey de dourado era algo nunca visto antes. A lunar que se tornou alta sobre a luz do dia. A lunar que se transformava em um animal do sol. Aubrey parecia não ligar. Sorria com os dentes a mostra. Se aproximaram de um redemoinho de pessoas. Ayana estava acompanhada de alguém. Tinha os cabelos loiros partidos ao meio. Era bem bonito.
- Ryan. - Aubrey disse para o par de Ayana. - Finalmente chegou, pelo o que parece.
- Me atrasei um pouco devido às complicações. - Ryan deu um sorriso fraco. - Felizmente encontrei uma acompanhante de última hora.
Ayana deu um sorrisinho e tomou um gole da bebida na taça de vidro.
Garva e Kelene estavam juntas. Uma fazendo o par da outra. Estavam lindas, vermelha e preto. Ambas combinando.
Kris reprimiu uma risada quando viu o sacerdote Ífar com uma garota muito mais jovem. Ela parecia não estar gostando muito da companhia. Uma música lenta começou a tocar e os casais se juntaram em pares. Kris arregalou os olhos, ficando imóvel.
- Quer dançar? - Aubrey perguntou, sorrindo tímida.
- Não devia ser eu a fazer essa pergunta? - Kris riu fraco.
- Não. - Aubrey disse, pegando na mão dele e o puxando para o centro do salão.
Com movimentos desajeitados, eles até que se deram bem em alguns passos leves.
- Kris. - Aubrey disse, olhando ele nos olhos. - Me conte sua história.
- Minha história? - Kris balançou a cabeça. - Não é nada interessante. Fui abandonado pelos meus pais. E agora to aqui.
- Uma história semelhante a de alguém. - Aubrey deu um sorriso sincero. - Aubrey Moon, vendida pelos pais para uma fortaleza desconhecida. Tinham medo de mim.
- Pois deviam. - Kris disse. - Todo mundo tem medo de você agora.
Ambos riram. Uma sonoridade muito agradável em meio aos instrumentos altos. Os dois aproximaram os rostos mais ainda. Kris começando a soar devido ao esforço para não ficar vermelho. Aubrey se aproximou mais...
Um tremor por toda a fortaleza distraiu a todos. Pareciam ter vindo da terra. Todos se entreolharam. Outro tremor. Com um barulho doloroso, as vidraças do salão principal se estilhaçaram.

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