27 - Desolado✔

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[ Narrado por Michael ]

Desolado.

Sim, esse foi o único sentimento que que tive desde ontem, desde que descobri sobre o estado dela, como vou conseguir viver normalmente sabendo que não há nada que eu possa fazer? Ela está morrendo, minha turnê prestes a chegar... Hoje pedi para meu empresário cuidar de tudo, não estou com cabeça para fazer nada,porém, prometi que iria visitar Lauren hoje e levaria Samantha.

Me levanto da cama ainda no escuro por causa das cortinas, está um pouco frio, caminho devagar até meu banheiro, preparo eu mesmo um banho quente, quando finalmente chega o nível de água que desejo, entro devagar e permaneço, acho que fiquei em 30 minutos pensando na vida, chorando também... Finalmente acabo o banho, escovo os dentes, visto uma roupa apresentável e desço para o café.

Acordei um pouco mais tarde, tomei o café sozinho, Prince,Paris e Blanket já foram para suas devidas aulas, Samantha está... Bem, eu não sei onde ela está mas hoje nem isso consegue me fazer ficar preocupado, mordo minha torrada devagar e assim vou comendo, quando acabei, volto novamente para o quarto, escovo meus dentes e me preparo para sair, vi que Sammy estava em uma das janelas da sala observando lá fora, havia algumas flores em sua cabeça

 Bem, eu não sei onde ela está mas hoje nem isso consegue me fazer ficar preocupado, mordo minha torrada devagar e assim vou comendo, quando acabei, volto novamente para o quarto, escovo meus dentes e me preparo para sair, vi que Sammy estava em u...

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— Que lindo! Você quem fez essa tiara de flores filha? – Pergunto.

— Sim papai – Ela responde timidamente

Nós dois não temos muitas intimidades como pai e filha, ela passou a maior parte do tempo com a mãe, tenho a impressão de que ela não me considera totalmente pai dela, Lauren me contou que ela chamava o desgraçado do Marcos de pai, isso me deixa triste mas eu me sinto culpado também, nem sempre dou atenção a ela como dou aos meus outros 3.

— Posso levar essas flores para mamãe? – Ela me pergunta.

— Oh sim, seria ótimo mas ela tem alergia a orquídeas, que tal comprarmos algumas margaridas no caminho? – Proponho.

— Tudo bem – Ela tira a tiara e põe em cima da mesa.

No carro, ela parecia bastante atenta a paisagem, as pessoas na rua, aos carros, sempre calada, submersa em seus próprios pensamentos infantis, ela me lembra bastante eu mesmo na infância, sempre que voltávamos de algum estúdio eu permanecia assim, atento a tudo que via na rua, porque não podia ser como aquelas pessoas, vivendo livremente

— Por que está me olhando tanto? – Ela pergunta fazendo eu acordar de meus pensamentos.

– Estava admirando a sua beleza, minha filha – Acaricio seus cabelos

Ela sorri docemente para mim

— No que estava pensando? – Pergunto.

— Nada – Ela responde

— Oque gostaria de ser quando crescer? – Pergunto

— Não sei... – Ela responde

— Não há nada que goste de fazer filha? – Pergunto.

— Não sei... – Ela diz

Um silêncio toma conta.

— O senhor é meio esquisito. – Ela me encara

Meu coração gelou quando ela disse isso, procurei palavras para responder aquilo.

— Esquisito porque? – sorri constrangido.

— É que você parece sempre estar escondendo coisas – Ela me olha meio pensativa.

— É mesmo Sammy? – Digo.

~ 2 horas depois ~

Estávamos entrando no hospital, Samantha usava uma máscara lilás em forma de leão, estava assustada abraçada a sua pelúcia, peguei sua mão e um paparazzi tentou puxar a máscara dela mas eu a peguei nos braços antes que o pior acontecesse.

Dentro do hospital ficamos em uma sala de espera particular, Joanne veio me recepcionar mas parecia triste, me cumprimentou como de costume e me levou até Lauren, a cena a seguir foi a pior de todas..

[ Narrado por Samantha ]

Aqui é assustador, eu quero muito ver a mamãe, quero saber se ela está bem.

Papai me deixou numa sala e foi conversar com uma enfermeira de pele morena e cabelos cacheados que o chamou, por curiosidade ouvi a conversa...

[ ouvindo a conversa ]

Mas oque será feito?! – Papai perguntava com um tom de desespero.

O estado de saúde dela não está nada bem, o câncer está avançando muito rápido e talvez não haja tempo suficiente para quimioterapia por causa do tratamento que ela está fazendo – Ela diz

Que tratamento? – Perguntou

Há um coágulo em seu cérebro causado pelos chutes que recebeu do Marcos, os órgãos sofreram danos e o processo de recuperação está sendo lento, estamos fazendo o possível mas não sei se ela vai resis-

Ela vai conseguir! – Meu pai cortou a enfermeira.

[ Parou de ouvir a conversa ]

— Eu não queria que isso tivesse acontecendo com a mamãe...

Escuto passos se aproximando e volto rapidamente para minha cadeira, era o papai chorando, ele me pegou no colo e me abraçou forte.

— Papai?

Ele não me respondeu e me levou a uma sala, quando a porta foi aberta, vi a minha mãe deitada, branca como a neve, seus olhos estavam fundos, ela estava horrível.

[ Narrado por Michael ]

— Lauren... – Chorei mais ainda.

Em meio as lágrimas ouvi algumas palavras de Lauren.

— Q-que b-bom q-que v-vieram – diz quase que inaudível

Ela começou a tossir muito, tossir sangue, os médicos correram para socorrê-la e nos tiraram de lá, Samantha parecia estar em choque, ficamos algumas horas esperando alguma notícia e alguém veio nos avisar que ela estava sendo medicada e que podíamos ir para casa, a pequena não deu uma palavra, chegamos em casa, todos nos olharam preocupados, Samantha saiu correndo direto para o quarto, eu fui atrás dela mas ela trancou a porta, eu estou tão acabado e tão preocupado.

Caminhei até meu quarto, deitei na cama e chorei até dormir.

[ Fim da narração ]

Dias se passaram e embora estivesse sendo difícil para Pai e filha lidarem com a dor de ver a pessoa que ama sofrendo numa cama de hospital, faziam questão de vê-la toda semana.

1 mes se passou, outubro estava terminando, alguns dias Lauren parecia bem e outros eles nem conseguiam vê-la devido ao estado crítico, era uma montanha russa mas Michael permanecia forte, ele sabia que teria que ter o dobro de fé.

A menina por outro lado parecia cada vez distante do pai, era difícil para uma criança lidar com aquilo e mais difícil ainda era para Michael explicar oque sua mãe tinha. Seu aniversário estava chegando e as expectativas de poder ter sua mãe naquele dia eram altas, embora soubesse que isso provavelmente não seria possível

Continua...

You are my life! - Michael JacksonOnde histórias criam vida. Descubra agora