Capítulo 01

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Oito dias atrás

6hrs 54min. AM

"Já são quase sete horas, logo Trevor chegará". Pensei comigo, olhando os ponteiros fofos do meu relógio cor de rosa.

Hoje é terça-feira e o dia amanheceu lindo, com um pouco de sol. Aqui em Stantland normalmente chove. Os raios de luz entram no meu quarto pela janela, fazendo as micro partículas de poeira brilharem como pequenos strass no ar.

Já estou praticamente pronta para mais um dia de aula na escola Park high School. Com meu casaco azul turquesa preferido e saltos Anabela.

Só falta retocar o batom.

Biiii...Biii

A buzina do carro de Trevor soa em frente à minha casa. Eu detesto quando ele começa com a barulheira de buzinas. Os homens nunca entendem que as mulheres demoram mais para se aprontarem. "Será que ele não compreende que eu preciso estar impecável?"

Antes de sair do quarto, dou uma última checada em mim, olho no espelho e reparo que meu cabelo precisa de hidratação. Eles são lindos, num castanho natural, com mechas acobreadas e quero mantê-los assim. Todo mundo diz que são meus cabelos que me fazem ter uma beleza natural. Alguns bajuladores já chegaram a me dizer que parecem com os da Gisele Bündchen.

Ao descer as escadas chego à entrada da cozinha. Encontro minha mãe pronta pra trabalhar, sempre muito sofisticada, com seu cabelo curto estilo pixie e sua saia lápis. Agora que ela e meu pai se divorciaram, minha mãe quer provar que é independente e não precisa da misera pensão que ele nos dá, por isso trabalha como corretora. Apesar de sermos bem de vida e termos uma conta bancaria bem "gorda", minha mãe não dá o braço a torcer e tenta fazer tudo sozinha, mesmo sendo ex-esposa de um dos homens mais ricos de Stantland. E eu admiro muito por isso. Hoje em dia as mulheres devem ter sua independência.

— Bom dia mãe! — Falei chegando próxima a ela.

— Ah... Oi, Angel! Dormiu bem, filha? — Ela me abraçou, dando-me um beijo no rosto, respirei profundamente sentindo o seu perfume. Minha mãe sempre esta cheirosa. Lembro-me que desde pequena me dizia:

"Mulher sem perfume não é uma flor".

— Sim mãe, como um anjo! — Dei uma risadinha, ela retribuiu.

De repente um barulho e um corpo saem de trás da ilha da cozinha, meu coração dispara, com os olhos arregalados encarro a senhora baixinha de avental que parece mais assustada do que eu e lembrei de que mamãe havia contratado uma nova governanta. Era Maria.

— Me desculpe senhorita Angelina, não quis assustá-la!

Maria é tão baixinha que não chega a um metro e meio de altura, acho que ela tinha vindo ilegal do México, mas se regularizou após casar-se com um cara daqui, foi isso que mamãe tinha comentado comigo, mas acabei esquecendo.

— Não foi nada Maria, só não me chame de Angelina, é só 'Angel'! Falei dando ênfase no Angel.

Quando nasci minha mãe disse que eu era um anjo que ela havia sonhado, um pequeno montinho de gente, que a fez acreditar em amor à primeira vista, então me chamou de Angelina, que significa pequeno anjo. E desde que eu me entendi por gente, todos me chamam de Angel, por que sinceramente Angelina é um nome que me faz parecer ter setenta anos. E o trocadilho Angel que significa anjo, combina muito bem comigo.

— Está bem senhorita Angel! — Ela deu ênfase no Angel, mas seu sotaque mexicano fez nos três rir.

A buzina soou novamente.

O Protetor (COMPLETO)Where stories live. Discover now