Capítulo 21

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Hoje

10hrs 13min. AM

Dois tiros soaram altos vindos da casa. Interrompi o beijo com o susto que levei.

— O que foi isso? Foram tiros? — Perguntei assustada.

— Droga! Eles nos acharam! — Jason deu um soco acima da minha cabeça, na árvore e me puxou pela mão.

— Venha!

Chegamos, sorrateiramente pela porta dos fundos da casa, quando lembrei que não tinha escutado mais o barulho do cortador de grama.

— Oh, meu Deus! — coloquei a mão na boca. — Madalena e Jofrey, eles estavam no quintal!

— Acalme-se, fique atrás de mim!

Encostamo-nos atrás da parede que dava para a cozinha, escutei vozes e o choro de Madalena. Jason me prendia com um braço o tempo inteiro, me mantendo atrás de si. Protegendo-me. Ele seguiu em frente e espiou pela lateral da casa.

— Oh não! — Ele disse.

Dei um passo à frente, para ter a visão do que ele via. Engoli em seco, com a cena que meus olhos presenciaram naquele momento. Madalena estava ajoelhada em cima de um corpo. O corpo de Jofrey. Ela chorava e soluçava abraçada ao corpo do marido. Ao seu redor, os cinco caras estavam parados, com armas nas mãos. O cara que me dava arrepios sorria, como se gostasse de ver o sofrimento alheio. Ele só podia ser um sádico. Passei minha mão nas costas de Jason. Eu sabia que Jofrey era como um pai pra ele. Senti seu corpo tenso e sua respiração ofegante. Ele virou o rosto para mim, seu semblante era de puro ódio, seus olhos já estavam mudando para o verde que o transformava em uma fera. Em um monstro.

— Fique aqui!

— O que você vai fazer? — Eu pedi, mas já era tarde. Ele se dirigiu até os caras. O olhar de Madalena o atingiu. Inclinei-me mais para frente, para poder ver melhor.

— Fuja, Jason! Vá embora! — Madalena gritou, aflita.

— Olha o que temos aqui! Onde está a garota? — O Sádico pediu, encarando Jason com um sorriso horripilante no rosto.

Jason foi a passos largos em direção aos caras. Estava determinado. O cara que estava mais próximo resolveu tentar deter Jason, mas sem muito esforço, Jason deu um soco na mandíbula do cara o jogando a três metros de distância. Sua fúria era tanta, que talvez, sua força tenha aumentado três vezes mais.

— Calminha aí, cão de guarda! — Um deles disse, e os outros riram.

Mas Jason não hesitou, continuou prosseguindo, pronto para atacar. Até que o cara sádico foi até Madalena e a puxou pra cima pelos cabelos, fazendo a coitada urrar de dor. Não pude conter o grito de espanto que veio dos meus pulmões, quando o sádico deu um soco na cara de Madalena, deixando a desmaiada no chão.

— Ela não tem nada haver com isso, deixem-na em paz! — Jason rangia os dentes.

Infelizmente, meu grito chamou atenção dos caras.

— Vejamos o que temos ali, a princesinha fujona!

Medo e adrenalina corriam em minhas veias.

— Peguem ela! — O cara fez sinal para os outros.

— Fuja, Angel! — Jason me alertou e eu disparei em direção à floresta.

Olhei para trás vendo o cara que tinha levado o soco correndo atrás de mim. Pulei por cima de um tronco e desviei de alguns galhos. Nessa hora eu queria ter um pouquinho do poder de Jason. Eu era lenta e o cara se aproximava. Acabei prendendo meu pé num galho seco e cai de cara no chão. Minhas palmas da mão doeram, e senti gosto de sangue na boca. Lembrei-me do meu pesadelo, parecia um déjà vu. Duas mãos pegaram na minha cintura, me prendendo e levantando-me do chão.

— Princesinha fujona. Te peguei! — O cara falou no meu ouvido.

Comecei a me chacoalhar e chutar com as pernas para o ar. Mas não adiantava, eu era fraca, uma presa fácil.

— Me solta, seu imbecil! — Eu rosnei.

Cada célula do meu corpo estava impregnada de adrenalina. Senti uma coragem que nascia do fundo do peito e resolvi me defender. Eu não era fraca. Ser fraca era fugir dos problemas, é ser covarde e eu não era assim. Eu ainda tinha minha mente. Lembrei-me da técnica de autodefesa que Jason me ensinou. E coloquei em prática.

Firmei as pernas no chão, com os pés enterrados nas folhas secas na terra, comecei a dar socos em sua virilha, com uma força que eu não sei de onde vinha. O cara começou a grunhir, e aflouxou um pouco a pegada, me dando a oportunidade de torcer o corpo, livrando meu braço e dando-me a distância necessária para dar lhe uma cotovelada no estômago.

— Sua vadia! — O cara urrou atrás de mim. Quando meu cotovelo acertou seu estômago em cheio, fazendo o me soltar completamente e cambalear para trás.

Sai em disparada, correndo para longe, o mais rápido possível.

O Protetor (COMPLETO)Where stories live. Discover now