The Dog Days Are Over

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Inicialmente eu estava participando do projeto de one-shots de natal da gzwline (confiram que é ótimo), e essa primeira história foi postada lá, mas algumas coisas aconteceram e eu deixei o projeto. Mas já tinha escrito essas duas histórias e resolvi postar mesmo assim. Espero que gostem! 

E nessa mesma one-shot, escrita antes do fatídico acontecimento, o Zayn diz algo sobre pessoas se acharem superiores a outras e isso vale para muita coisa, não só sobre um trabalho. E quando você faz uma crítica construtiva para alguém tem que visar de que quer ajudar essa pessoa e fazer piadinhas sobre o assunto depois não é considerado uma crítica construtiva. E, infelizmente, é uma linha tênue entre a crítica construtiva e a crítica destrutiva :)

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O natal para os religiosos celebra o nascimento de Jesus, para as grandes empresas capitalistas um dia onde vão lucrar ainda mais acima da população que compra presentes caros que não vão durar nem um ano, e para as famílias um momento de reunir todo mundo no aconchego de sua casa com vários pratos de diversas comidas e a lareira acesa.

Mas para si não significava absolutamente nada, porém, não é como se fosse um odiador, que critica e tenta a todo custo deixar as outras pessoas infelizes nessa data, bem, talvez seja.

Bate a sua pesada bota de combate contra o chão de modo impaciente, parecia que o trem estava andando devagar apenas para implicá-lo. O seu vagão estava vazio e apostava que o restante estaria da mesma forma, havia um casal que tinha descido a quatro estações que o estava dando nos nervos, falando alto sobre seus planos espetaculares para a noite de natal. Tateia o bolso da jaqueta de couro atrás de seu maço de cigarros, estava sentindo uma vontade enorme e nada incomum de fumar, mas a placa em sua frente com os dizeres: PROIBIDO FUMAR, estava debochando de si.

Agarra o maço antes de saltar na próxima parada, três antes da sua, e começar a caminhar. O vento gelado batendo contra o seu corpo, deveria ter vestido mais alguma blusa ao invés de só a jaqueta, mas o frio e a possibilidade de pegar um resfriado eram a sua última preocupação agora. Observa descontente as lojas abertas com decorações chamativas e luzes acesas, guirlandas penduradas nas portas e papais noéis pendurados com seus gordos sacos de presentes nas costas.

Abre o seu maço e nota que só tem um filtro, amaldiçoa por não ter comprado outro quando viu que estavam acabando e retira o mesmo, devolvendo a embalagem para o bolso até encontrar uma lixeira para jogá-la. Coloca o cigarro na boca e pega o isqueiro para acendê-lo, assim que segura o filtro entre o indicador e o médio a porta de uma loja é empurrada produzindo o som estridente de um sino e um homem sai de costa agradecendo o vendedor e com uma caixa cheia em mãos.

Mal tem tempo de pensar quando seu corpo colide com o do outro, fazendo com que o filtro escape de seus dedos e um xingamento de seus lábios. O homem se vira com os olhos castanhos arregalados para pedir desculpas, mas acaba pisando no filtro.

- Olha por onde anda. – Manda Zayn, olhando triste para o seu único cigarro pisoteado.

- Me desculpe. – Pede envergonhado.

- Tanto faz. – Resmunga.

Teria que encontrar uma loja de conveniência ou algum bar aberto para comprar um cigarro, somente um porque não estava com dinheiro no momento. Sabia ser cordial, mas o natal e a falta da nicotina em seu corpo o deixavam terminantemente de mau humor e impaciente. Fumava desde que tinha catorze anos, começou esporadicamente fumando um ou dois no dia e, pouco depois, chegou ao extremo de fumar um maço de cigarros. Agora tinha diminuído a sua cota para dez cigarros por dia, em sua rotina normal, mas quando estava muito sobrecarregado ou estressado perdia a conta de quantas guimbas iam para o lixo.

everything can happen on a christmas day (Ziam Mayne)Where stories live. Discover now