Capítulo 36 - Here's to us!

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 Los Angeles, quarta-feira, 04:50 AM.

— Senhorita Jauregui?

O delegado da cidade de Los Angeles chamava sua atenção pela segunda vez aquela madrugada. Lauren estava na delegacia, foi chamada para prestar depoimento sobre o tiroteio que presenciou e foi vítima. Junto a ela estavam o motorista que Maris havia chamado antes de ter sido atingida e os seguranças do hotel. Camila a essa hora estava no hospital como acompanhante de Maris, mas depois teria de comparecer à delegacia para prestar seu depoimento. Taylor ficou no hotel e acabou encerrando sua festa mais cedo, achou que seria melhor e mais seguro. Shawn correu para o hospital para dar suporte à amiga.

— Senhorita Jauregui? — novamente o delegado lhe chamou a atenção.

Lauren estava em estado de choque, os olhos vidrados repassando a cena várias e várias vezes, o som dos tiros ecoando no fundo de seu cérebro. Temia pela vida da amiga.

— Senhorita, por favor, preciso que me conte o que aconteceu.

Lauren piscou algumas vezes, para poder tentar raciocinar e começar a falar do que aconteceu. Sentia frio, muito frio pois o ar condicionado da sala do delegado era forte e ela ainda usava o vestido sem mangas e ainda sujo de sangue, ela saiu do local do crime direto para a delegacia. Seu braço direito latejava no local de onde havia sido atingida de raspão pelo tiro que, antes de ir para a delegacia, os paramédicos da ambulância fizeram o curativo. Olhou para os lados e só tinha o escrivão lhe olhando, esperando para digitalizar o depoimento e à sua frente, o delegado de cerca de 50 anos e grisalho que lhe olhava pacientemente, acostumado com o estado de choque de vítimas. Lauren respirou algumas vezes, engoliu saliva diversas vezes, parecia que sua garganta estava travada.

— Maris... — pigarreou. — Mariana e eu estávamos saindo da festa que estávamos, ela tinha chamado um motorista para nos esperar na frente do hotel para entrarmos e irmos embora. — começou. — Ao sairmos, o motorista já nos esperava, ele estava saindo do carro quando nos viu, ele ia abrir a porta do carro para a gente entrar. Do nada, um motoqueiro apareceu, não deu para ver o rosto dele porque ele não tirou o capacete... — Lauren fez uma pausa, o olhar ficou vidrado em algum ponto daquela mesa, enchendo-se de lágrimas novamente. — Ele apontou a arma para mim... ele queria me matar! — começou a chorar. O som do escrivão teclando era alto. — Eu não sei se ele queria assaltar a gente, ou se ele queria apenas nos matar... mas ele parou com a moto perto da gente, sacou a arma, apontou para mim e ia atirar. Eu travei ao ver o cara com a arma virada para mim, uma situação dessas nunca me ocorreu... Mariana agiu rápido me puxando para o lado e então o tiro pegou em mim de raspão. Só que o cara não parou de atirar, Mariana se jogou na minha frente e me abraçou para me proteger e os tiros acertaram as costas dela... — Lauren fechou os olhos, se lembrando de ver a amiga caindo em sua frente. — O motoqueiro foi embora fazendo um barulho absurdo com a moto. O nosso motorista veio correndo ajudar, assustado, pálido, e então os seguranças do hotel apareceram e chamaram a polícia e a ambulância...foi tudo muito rápido!

— Certo... — o delegado assentiu com a cabeça, vendo que os detalhes do ocorrido batiam com o do motorista. — Você não faz nenhuma ideia de quem seja? Você ou a senhorita Cabello têm inimigos ou algo do tipo?

— Não, não sei... não sei, eu juro que não sei. — disse Lauren desesperada. — Eu só queria saber como a Maris está.

— Não sabemos. — disse o delegado, passando a mão na barba grisalha. — Bom, a senhorita está liberada e recomendo andar com guarda-costas, porque, ao que tudo indica, era uma tentativa de homicídio contra você. Vamos agora colher o depoimento dos seguranças do hotel e nossa equipe já pediu as imagens das câmeras de segurança do hotel. Logo, teremos imagens do atirador e iniciaremos as investigações. Quando tivermos alguma novidade, iremos contatar você e sua companheira. Ademais, recomendo urgentemente que contratem uma equipe de guarda-costas enquanto não prendermos o suspeito. — o delegado se levantou de sua cadeira e caminhou para o lado de Lauren, lhe estendendo a mão. — Desejo que essa noite não lhe cause traumas e tenha fé que sua amiga sairá dessa com vida. Disponibilizarei uma viatura com dois policiais para lhe acompanhar até o hospital e fazer sua segurança até o dia amanhecer enquanto você não contata uma equipe de guarda-costas.

After Harmony Where stories live. Discover now