64. You are in love

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Eu suspirei.

Seu abraço era o que eu estava esperando por muito tempo, e me perguntei centenas de vezes se ia chegar a senti-lo de novo, mas ali estava eu, em seus braços.

O apertei forte e deixei uma lágrima correr.

Ele colocou dois dedos em meu queixo e levantou meu rosto para eu olhar para ele.

  - Não chore, pequena. Odeio te ver assim. E preciso me desculpar contigo.

Neguei.

  - Olha... Isa... - ele segurou minhas duas mãos e encarou meus olhos com aquelas duas esmeraldas que pousavam em seu rosto - Nesses dois anos eu... bem, eu não consegui parar de pensar em você sequer um minuto. Me arrependi de não ter lutado mais, entende? Eu não precisava ter abaixado a cabeça para a coordenadora da Modest. Eles precisam de mim lá dentro. Eu precisava ter sido mais pulso firme.

Ele suspirou e continuou:

  - Mas não fui. Fiquei dois anos sem trocar uma palavra com você porque fui idiota e... bem, eu jurava que seria o melhor para você também...

  - Melhor pra mim, Harry?

  - É... eu estaria em turnê, você teria me visto duas vezes no máximo.  Já é raro eu voltar pra casa, imagina pro Brasil pra te ver. A saudade ia apertar mais, entende? Ia ser pior, confia em mim - ele passou os dedos de leve pelo meu rosto.

  - Eu confio, Hazz... - olhei em seus olhos - Me desculpe também por fazer você passar por tudo o que passou... eu era só uma fã, afinal.

  - Shhhhhh, não peça desculpas. Você não tem culpa de nada. No fim das contas, aconteceu o que precisava acontecer, simples. Ninguém tem culpa.

Assenti, secando o rosto.

  - Você está linda, Isa.  Mais linda do que antes. - ele falou baixinho e se aproximou um pouco.

  - Você também, Harry. Está maravilhoso.

Uma de suas mãos foi para minha cintura e ele chegou mais perto. Nossas respirações se misturaram e eu senti seus lábios tocarem os meus levemente.

Acabei de vez com o espaço entre nós e enterrei os dedos em seus cabelos.

Deuses, como senti falta disso.

Poucos segundos depois, seu corpo me pressionava contra  parede e nossa situação se tornou mais urgente do que antes.

Ele puxou meu cabelo de leve e beijou meu pescoço. Estava com a mão embaixo da minha blusa quando ouvimos a porta se abrir.

  - Harry, você está aq... oh jesus!

Era Lippe.

  - Amores, eu não vi nada. Não ouvi nada - tapou os olhos - Isa, eu e Luana estamos no carro, quanto tempo você acha que...?

  - E-eu já estou indo - arrumei a blusa.

  - Ela não vai dormir com Luana hoje, Lippe. Eu cuido dela. - disse Harry.

  - M-mas Harry, amanhã ela tem uma audição com Simon as 10 da manhã. 

  - Eu levo. Ela e Luana se encontram lá. Algum problema, Isa? - ele me olhou.

Sorri.

  - Nenhum.

  - Bom, tudo bem. Hummm, boa noite pra vocês, então.  Nos vemos amanhã

  - Boa noite.

E saiu.

  - Quer dizer que temos a noite toda só para nós? - perguntei.

  - Se quiser.

  - Tá brincando?

Ele riu.

  - Boba. Vamos.

Ele me pegou pela mão, dobramos uns corredores e chegamos a um carro preto enorme.

  - Você não veio com os meninos no ônibus?

  - Hoje não.  E ainda bem.

Entramos e ele deu partida.

  - Para onde vamos?

  - Minha casa.

  - O que? Sua casa com sua mãe  e irmã?

   - Não. Elas moram em New Hampshire. Eu quis dizer minha casa. Minha. Só vai haver nós lá.

  - Uau. Bem, estou dentro.

Ele sorriu e mudou de marcha, acerelando.

  Daquela noite só me lembro de flashes. Nós chegando, deitando na cama, quarto escuro, roupas espalhadas, uma sensação de outro mundo, risadas, beijos, abraços, alguns gritos, sussurros, toques, silêncio, barulho...

E ele se deitando ao meu lado.

  Quando ele se virou para mim, fez carinho em meu cabelo e me olhou no fundo dos olhos, eu tive a impressão de despertar algo que estava adormecido dentro de mim.

Mas quando ele abriua boca para falar, essa impressão se tornou certeza. E acho que ele sentiu o mesmo.

  - Eu ainda estou perdidamente apaixonado por você, Isa.

AnonymousOnde histórias criam vida. Descubra agora