Entre Irmãs

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Desde o dia em que o senhor Darcy apareceu no teatro com Elizabeth, que até então era desconhecida pela sociedade, todas as pessoas, principalmente as mulheres, não tardaram a fazer especulações sobre quem seria a misteriosa moça e de onde havia surgido.

Surgiram as mais variadas hipóteses e conjecturas sobre a origem da moça. Alguns afirmavam de pés juntos que ela era filha de um nobre francês, e que o senhor Darcy noivara com ela em segredo. Outros diziam que ela não era filha de francês algum e sim de um nobre britânico mesmo, talvez do próprio Derbyshire, e o senhor Darcy havia caído nas graças da jovem moça. Eram bem poucos os que acertaram a verdadeira origem dela, pois a maioria negava-se a supor que o senhor Darcy estava se envolvendo com uma moça de origem inferior a dele.

Não tardou para que as senhoras começassem a exercer sua influência para que, por trás dos bastidores, conseguissem descobrir quem era Elizabeth e de onde tinha vindo.

Conversando aqui e ali, logo descobriram a verdade. Descobriram que Elizabeth não era nada mais que uma governanta, e trabalhava para os próprios tios que moravam em Gracechurch Street. Descobriram que ela era do interior, Hertfordshire, e que havia perdido o pai a pouco tempo, sem tem direito a fortuna alguma.

Todas ficaram apavoradas com isso, e não podiam crer que suas belas e refinadas filhas estavam sendo preteridas por uma mulher do campo. Fizeram disso o assunto de suas conversas na hora do chá, e praticamente imploravam por uma ajuda divina para que o senhor Darcy abrisse os olhos e não acertasse compromisso com aquela moça sem fortuna e sem conexões.

Como sabemos, de nada adiantou as divagações destas senhoras pois o senhor Darcy já havia acertado seu noivado com Elizabeth de maneira formal.

Logo que chegou na casa dos Bingley, depois de jantar com a família Gardiner, a primeira coisa que o senhor Darcy fez, foi contar ao senhor Bingley e sua família sobre o seu recente noivado.

— Meu caro! Que grande alegria! — Falou o senhor Bingley abraçando o seu amigo e pelo visto ele era o único que estava genuinamente feliz pelo novo casal.

— Muito obrigado, meu amigo!— Falou o senhor Darcy lhe sorrindo e profundamente agradecido pelas felicitações de seu amigo e o senhor Bingley assentiu.

— Só estou magoado que não tenha me contado quais eram suas intenções! — Falou Charles em um tom de brincadeira e o senhor Darcy riu.

— Meu caro... Achei que minhas intenções sempre fossem claras. Nunca escondi do senhor minha preferência por Elizabeth. — Argumentou ele mantendo o tom de brincadeira.

— Tem razão. — Falou o outro. — Eu estou realmente feliz por vocês. — Continuou ele. — Finalmente encontrou uma dama digna do seu coração. — Disse ele.

Com esse comentário do seu irmão, Caroline sentiu-se imensamente humilhada. Não estava nada contente com aquela novidade. Tanto ela como sua irmã Louisa Hurst ficaram mortificadas com aquele noivado.

O senhor Hurt pouco se importou com a notícia, pois para ele se o senhor Darcy casasse com uma criada, ou com a princesa da Grã-Bretanha, não faria a mínima diferença.

Caroline tinha consciência que o senhor Darcy nunca olhou para ela de modo especial. Ela sempre soube que ele tinha um gosto exigente no que se referia a mulheres, então ela tentava a todo o custo ser a mulher perfeita. Sabia falar fluentemente em várias línguas, dançava, pintava e cantava com maestria. Por muito tempo ela nutria esperanças que o senhor Darcy notasse que ela era a mulher perfeita para ele.

Quando ela ouviu aquela notícia do noivado do próprio senhor Darcy, ela não conseguiu esboçar reação alguma. Murmurou um "parabéns" quase inaudível que saiu arranhando pela sua garganta, e depois inventou uma desculpa qualquer para ir até o seu quarto.

Uma Senhora Para Pemberley - Orgulho e PreconceitoWhere stories live. Discover now