Karen
A noiva de Cauê estava muito ferida e escapou da morte por um milagre. Quando ela acordou e o viu ao seu lado, começou a gritar e tiveram que tirar ele da oca.
...
_ Oi!
Cauê estava sentado debaixo de uma árvore fazendo flechas, ele me encarou e pude ver a dor nos seus olhos; alguns parentes dele tinham sido assassinados por Yen.
_ Você deve voltar pra cidade.
_Vou voltar hoje à tarde. Como você está?
_ Ficarei bem; o luto da aldeia dura sete dias, esse é o tempo que tenho para chorar meus mortos.
_ E depois disso?
_ Devo me casar.
Engoli seco: Minha alma gêmea iria se casar com outra.
_ Eu espero que você fique bem.
Saí apressada e fui me encontrar com o pajé; ele queria conversar comigo antes que eu fosse embora. Tentei não pensar que daqui alguns dias Cauê estaria casado com outra mulher e que eu não podia impedir isso. Entrei na oca e o pajé estava fumando uma erva esquisita e tinha enchido o lugar de fumaça. Ele me ofereceu o cachimbo com um gesto e recusei educadamente; nem morta que eu ia fumar aquela coisa.
_ Ajuda a me conectar com os espíritos da natureza. – Sei. Se fumo um negócio desses, iria ficar viajando o dia todo.
_ O senhor quer falar comigo?
_ Sim; vamos dar uma volta.
O pajé me mostrou a aldeia, os rios, as árvores milenares, as ervas usadas para fazer remédios... Contou histórias e fez milhares de perguntas sobre minha vida.
_ Cauê treinou você muito bem.
_ Ele é um ótimo mestre.
_ Temo que ele não terá um bom futuro aqui na aldeia.
_ Como assim?
_ A noiva dele... Ela não quer mais o casamento, a família não quer, aparentemente nenhuma outra família quer casar uma filha com Cauê.
_ Não estou entendendo...
_ Coisas ruins acontecem com as noivas de Cauê e estão acreditando que ele é amaldiçoado.
_ Não foi culpa dele; era uma armadilha.
_ Eu sei, mas não posso obrigar ninguém a dar a filha em casamento e sem uma esposa ele não pode ficar na aldeia.
_ Como assim?
_ São as nossas leis; todos devem se casar com um membro da aldeia ou são banidos.
_ Mas ele tem parentes aqui...
_ Sim, os pais, os irmãos e alguns sobrinhos dele escaparam da necromante.
_ Ele nunca mais poderá vir até aqui?
_ Nunca.
_ Mas vamos falar sobre coisas boas: Estamos fazendo uma festa em sua homenagem.
_ Agradeço a gentileza, mas a minha família deve estar preocupada e tenho que voltar para eles.
_ Não se preocupe, você estará em casa ao anoitecer.
O pajé me deixou em uma oca, onde índias muito simpáticas me arrumaram para a cerimônia onde eu seria homenageada. Elas confirmaram que ninguém queria se casar com Cauê e sendo assim, ele teria que deixar a aldeia em alguns dias. Ele devia estar sofrendo muito; afinal nunca mais poderia voltar ao seu lar ou ver seus pais. Novamente fui arrastada por minha magia e fui parar em outra vida.
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BINABASA MO ANG
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FantasyHá muitos milênios a inveja dos seres humanos desencadeou uma guerra com os místicos. O desfecho desse acontecimento só não foi pior, graças ao sacrifício de uma filha de Eva. Nos dias atuais o Exército Negro está ansioso para ser libertado de sua p...