Três

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Amores me desculpem o atraso a internet não ajudou a postar antes.





"Ama-se quem se ama e não quem se quer amar "
- Florbela Espanca






Cerca de uma hora e meia era o tempo que levava para ir de Cairo a Alexandria.

Era lá que Isis morava, e hoje era o dia no qual eu a veria novamente. Dentro de sete dias seria seu aniversário, eu teria uma semana para conquistar ao menos sua confiança antes de anunciar publicamente nosso noivado.

Cancelei qualquer compromisso que não fosse urgente e que tomasse tempo. Fiz a viagem de helicóptero e no horário marcado estava a porta da mansão Mourrack com meus pais.

Fomos Recepcionados por uma senhora de rosto sereno que supus trabalhar na casa. Ela nos acompanhou até a sala de visitas, onde explicou estarmos sendo aguardados.

Me distanciei um pouco, Ísis tinha um pouco de receio sobre mim e não sabia como ela reagiria ao me ver.

Vê-la novamente foi desconcertante, ela não me olhou de imediato e pude aproveitar para observa-la. Aos quinze anos ela era quase uma mulher, agora era uma completa deusa.

Ísis havia crescido mais um pouco, já possuía curvas na adolescência,mas que não se comparavam com seu corpo atualmente. Mesmo naquele vestido discreto era possível notar a perdição que ela era, os seios maiores e firmes bem emoldurados no tecido. O rosto livre de maquiagem só evidenciava ainda mais sua beleza natural, foi dificil controlar a inquietação.

Mesmo a acompanhando durante os anos, nada havia me preparado para lhe dar com a menina mulher a minha frente nesse momento.

Me recompus e me aproximei, era mais alto que meu pai e minha presença logo foi o centro das atenções.

Os olhos castanhos finalmente me encaravam e pude notar surpresa, receio e um brilho diferente que não soube distinguir.

As apresentações formais foram feitas e Ísis continuava a me encarar sem se incomodar com quem observava. O que ela estaria pensando?

Notando o silêncio constrangedor a mãe de Ísis, Hamadi, nos comvidou a tomar assento na sala de jantar.

O cômodo era um espaço discreto e luxuoso com uma mesa com capacidade para diversos convidados toda em vidro, um lustre de cristal pendia no centro da mesa. Louças de porcela já estavam devidamente posicionadas junto com os talheres tão reluzentes quanto um espelho. De fato, eles eram uma familia tão rica quanto a minha; e era quase um golpe de sorte ou uma trama do destino que as familias fossem amigas e possuíssem um casal de filhos.

Tanto eu quanto Ísis eramos filhos únicos. A expectativa com nosso casamento era realmente alta, tanto pela amizade de nossos pais quanto pela herança herdada. Poder. Sempre significava tudo.

O jantar foi servido e sinceramente não sei o que comi, apenas fiz o processo automático de levar a comida a boca, mastigar e engolir. Minha mente pairava na bela mulher a minha frente e meu olhar a buscava em uma frequência maior do que eu podia controlar.

Para minha surpresa Ísis também me olhava, discretamente e tentando disfarçar. Mas olhava. Ela estava curiosa, eu podia sentir e quase sorri em satisfação. Essa curiosidade a faria se aproximar de mim, só preciso agir com paciência para fazer dela a minha mulher e não só por obrigação.

Somente quando chegou a sobremesa os anfitriões permitiram que a conversa corresse pela mesa.

- E como vão as coisas em Cairo Bastet? - Inram Mourrack começou.

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