Capítulo 21

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Elisa Holz
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Eu estava com dor, mas não era física e sim psicológica. A forma como o Miller falou comigo me machucou, ele falou como se eu fosse uma invalida que não podia tomar as próprias decisões, e isso me machucou.

Eu quis chorar, mas segurei a lágrimas. Esse idiota já havia me feito chorar demais e eu não queria chorar novamente por causa dele.

Respirei fundo e olhei para a porta que foi aberta. Eu esperava ver a tal psicóloga, mas não era ela.

A Senhora Miller entrou acompanhada pelas criança e por Nora. As crianças se jogaram na minha cama e vieram me abraçar.

- Deculpa Lisa. - Ava pede me fazendo olhar para ela confusa. Não entendia porque ela estava se desculpando.

Coloquei um dos seu cachos atrás de sua orelha e tentei sorrir.

- Por que está se desculpando?

- Poque meu papai foi feio com você.

Abracei Ava com o braço bom e alguém bateu na porta. Nora abriu e uma mulher de cabelos castanhos sorrir ao entrar.

- Espero não está interrompendo, se eu estiver me perdoem. Eu esperarei no corredor.

- Não precisa. - diz a Senhora Miller - Vamos crianças.

Ambos gemem e me abraçam.

- Se não vierem não ganham soverte. - Nora ameaça, mas nem um dos dois se move.

- Tudo bem, vão. - peço a eles que levaram a cabeça para me encarar. Os olhos cor de mel me olham duvidosos e sorrio. - Eu vou ficar bem.

Ambos se levantam, descem da cama e saem do quarto acompanhados por Nora e pela Senhora Miller.

- Bom Elisa eu sou Lorraine sua psicóloga.

- Oi. - falo desconfortável.

- Eu posso me sentar?

- Claro.

Ela caminha até a ponta da cama e senta, coloca a bolsa sobre a cama e me olha.

- Eu sei que você não quer falar comigo sobre o que aconteceu, mas desabafar é bom.

- Eu não preciso desabafar com ninguém sobre isso. - respondo rudemente e ela assente.

- Então não vamos falar sobre o acidente, podemos falar sobre sua vida antes dele?

- Por que quer saber sobre a minha vida?

- Porque sou curiosa. - responde sorrindo.

- Por que não começa a falar sobre você? - proponho.

- Sobre mim? - assinto - Bom, eu nasci no Kansas em uma família grande, de cinco mulheres e um homem. Meus pais queriam um menino e então tentaram até terem um. Eu fui a quinta e a única que se formou na faculdade. - ela sorrir ao me contar isso, mas logo seu sorriso morre - Meu pai é o típico homem que acha que a mulher tem que ser dona de casa. Ele e a minha mãe nos criaram para sermos donas de casas obedientes aos maridos. Mas eu não queria ser dona de casa e então fui para faculdade. Meu pai não gostou quando anunciei que estava indo para faculdade e disse que mulheres não eram feitas para o trabalho, e que se eu fosse para faculdade, eu não voltaria por os meus pés em sua casa.

- Você nunca voltou?

- Eu tentei, queria apresentar meu noivo aos meus pais, porém ele se recusou. Minha mãe conseguiu ir a casa da minha quarta irmã nos ver. Ela ficou muito feliz por mim e pelo meu marido.

Você Mudou a Minha Vida ✔ [Repostado]Onde histórias criam vida. Descubra agora