Capítulo 4

22K 3.8K 1K
                                    


Para todas as responsáveis leitoras que ficaram muito preocupadas com a reunião. Eu amei isso. 


   Luigi

Eu a encontrei, ou o Coração a encontrou, do jeito que achei que seria, até o pequeno ataque era de se esperar. Alguém como ela, uma garota maluca e linda, mais linda que maluca ou não. Nunca se sabe.

Leve e divertida depois da crise existencial. O Coração tem uma história, uma bonita e triste história e ainda agora, enquanto caminhamos pela noite de Florença, eu sinto falta dele.

Me acostumei a usa-lo e principalmente, a criar histórias. Sonhar com esse encontro.

─ Pensativo. – Ela diz me olhando, que maldição é essa garota linda. Que jeito de sorrir é esse que me tira o fôlego.

─ Pensando que você é melhor do que pensei, ficava criando teorias sobre a garota dos cabelos coloridos.

─ Que bom que surpreendi. Minhas teorias sobre o ladrãozinho turco eram as piores. Ah! Teve uma vez que imaginei que ele roubava para criar três irmãozinhos muito pobres e abandonados, mas achei que era péssima ideia, por que desse modo eu não poderia odiá-lo.

─ Até que não foi tão longe assim. – Conto a ela que volta a me olhar interessada, a noite está estrelada e paramos de caminhar sobre a ponte para encarar o rio Arno. As luzes de Florença se refletem na água e a imagem é dourada e viva. As águas escuras e calmas contrastam com o dourado das luzes noturnas.

─ Já me conta suas mazelas, agora me ajuda a achar umas pedrinhas. – Ela pede olhando para o chão, a ideia é mesmo boa, causar reboliço na placidez do rio. Junto algumas, bem mais do que ela. Sorrimos quando voltamos para o muro. – Tem mais que eu.

─ Se deu mal.

─ Me dá umas. – Ela tem me tomar e me afasto fechando as pedras entre o abdômen e as mãos.

─Sai, para de me tomar coisas. O ladrãozinho turco sou eu, não você. – Ela ri, depois faz uma careta e se volta para o rio. Atira a primeira pedra que afunda sem qualquer emoção. – Nem sabe. Aprenda com o mestre.

─ Vai lá, mestre dos magos.

─ Tenho um pônei chamado Uni. – Ela me olha com um ar divertido. – Ok, é mais da minha irmã agora, mas quando eu era criança amava os dois.

─ Que fofo. Atira. – Ela provoca. Me preparo, brinquei muito disso na infância, viajando com o papai e parando a beira de lagos, vindo aqui com meus tios e fazendo competição com Matteo. A pedrinha da quatro pulos sobre a água antes de afundar. Angel faz uma linda carinha de inveja.

─ Ah! Me ensina! Luigi, quero muito aprender essa arte.

Leva meia hora para ela acertar, caçamos pedrinhas pelo menos três vezes até que ela consiga e quando a pedrinha salta quatro vezes sobre as pedras ela pula em comemoração.

─ Angel, vice-campeã.

─ Metido.

─ Chega de rio, daqui a pouco vamos estar atirando cadeados. – Fazemos careta os dois, procuro sua mão e a puxo de volta para caminhar pela ponte, gosto de sua mão presa a minha, não solto e ela não se importa.

─ Acha que aquele carrossel ainda está na praça? Sabe aquele dos cavalinhos?

─ Sim, vamos. – Me lembro dele outro dia mesmo. Todo iluminado, tinha fila e desisti. Deixamos a ponte caminhando com pressa, como se tivéssemos um compromisso.

Série Família De Marttino - Enigma Do Amor (Degustação)Where stories live. Discover now