Capítulo 29

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Legista Liam Ledd

Aperto a arma nas mãos, respirando o ar frio. Encaramos o bunker e vejo quando vários carros pretos começam a cerca-lo. Encaro os outros por cima do ombro, vendo conforme eles puxam a máscara de proteção sobre a boca, e se abaixam mais, as roupas brancas servindo perfeitamente como camuflagem.

Com um olhar por cima do ombro, vejo Dane me estender um par extra de armas, e as prendo nas pernas.

-Liam, o que está vendo? - A voz do delegado, atravessa o silêncio cortante, e eu sinto a tensão ao nosso redor.

-O sargento estava certo, carros estão chegando, não acho que seja a entrega de doces dessa semana. -Encaro os homens armados que descem dos carros, encarando um deles principalmente. - Sargento, pode me falar rapidinho como é o tal Enzo?

-Você acha que ele está ali? - Viro o rosto de uma vez para a garota junto com a gente. Seja lá qual fosse o nome dela, não gostava dela. - Não seja ridículo. Não alimente os desejos desses dois velhos.

É rápido demais, mas vejo quando Dane acerta o rosto da garota, e o sangue escorre por sua boca. Encaramos surpresos o rosto dele, enquanto ele coloca a luva novamente. Ainda meio surpreso, o sargento me entrega uma foto do soldado que estávamos procurando.

Sorri um pouco ao encarar exatamente o mesmo homem parado em meio aos outros. Ele tinha algumas manchas de hematomas e estava um pouco mais velho, mas era ele.

-Surpresa, ele está bem ali. - Ainda meio duvidoso, o sargento para ao meu lado, e olha através de uma mira de sniper que ele carregava. Vejo a surpresa inundar seu rosto, e ele confirma o que eu já sabia.

- Okay, então aparentemente ele estará no meio dessa chacina. E pelos ferimentos que ele tem não acho que ele tenha estado bem nesse tempo desaparecido.

-Aqueles homens... Hector. - O nome enviou um sinal de alerta para o coronel e a garota, mas eu apenas encarei o sargento em silêncio. - Enzo está falando com Hector.

-Eu sabia, vamos embora daqui ele é apenas um traidor que trabalha com o Hector – A voz e o tom dele me lembram a Morgan. Isso não me parecia bom. - Não precisamos derramar sangue por um traidor.

Ela nos encara, esperando que concordemos com ela, mas com uma troca rápida de olhares sei que Trevor e Howell não farão isso, e eu suponho que nenhum dos homens fará isso também.

Vejo a desconfiança ser substituída por certeza nos olhos da filha do coronel. Ela puxa o pai de lado, e vejo conforme ela sussurra algo apressadamente para ele. Aquilo me dá uma sensação ruim.

-Lea – aquele era o nome dela? Quem diria. A voz da tal Liz parece assustada. - Achei que Enzo fosse seu amigo, como pode desistir tão rápido, não sabemos exatamente o por que ele estar ali. Pelo que sabemos ele pode muito bem ter sido torturado até fazer isso.

Lea fica em silencio, e vejo o coronel destravar a arma discretamente, suspeito. Vejo o momento em que algo passa pela cabeça da garota e para minha surpresa, ela atira para cima várias vezes.

Com horror vejo o momento em que vários homens do tal de Hector se viram e começam a correr até nos. Dane segura meu braço e me arrasta com ele, e vejo o sargento se levantar e correr conosco, a garota chamada Liz logo atrás dele, mas não vejo o coronel, e quando um tiro atravessa o silencio de nossa fuga, vejo a filha do coronel parar e se dar conta de que o pai não estava conosco, e desmoronar no chão.

-Elizabeth, vamos, preciso levar você daqui. - O sargento se ajoelha ao lado dela, e por reflexo, nos três os cercamos, com as armas em punho. Ouço a menina soluçar, e gaguejar algo sem sentido, e para minha surpresa, vejo lagrimas nos olhos do sargento.

Bravo Soldado - Homens da Lei - Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora