Corredores

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Estou passando pelos corredores. Passo por eles sozinha. Não, sozinha não. Solitária. Há uma diferença entre essas duas palavras. Digo que não estou sozinha porque estou rodeada de gente, mas ninguém está comigo, e por isso sou solitária. Ando por eles e vejo muitos sorrisos, muitos abraços. Ando por eles e escuto risadas abafadas. Risadas, gritos, conversas. Não presto atenção, pois os sons não chegam nitidamente aos meus ouvidos, pois há uma bolha que me envolve e me aquece, secando as lágrimas que descem pelo meu rosto. De repente, todo mundo some, e agora estou sozinha de verdade, e as paredes daquele corredor começam a se aproximar de mim. O teto também se aproxima. Parece que eles querem me fazer companhia, preencher meu vazio, mas eu só diminuo, fico cada vez menor. Até que tudo se comprime e tudo some, incluindo a mim, incluindo o teto, as paredes, o chão. Tudo some, e só resta o vazio, o escuro e a solidão.

confissões de uma mente confusaWhere stories live. Discover now