A Maior Camila de Todos os Tempos!

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-Tem alguma coisa pra mim? – Perguntei enquanto conferia a pequena mochila.

-Aqui. – Harry me entregou algumas correspondências, logo depois voltou para seu quarto.

-O humor dele tá péssimo. – Dinah comentou preocupada, continuando a preparar nosso café da manhã. – É tão difícil ver ele tristinho, já perguntei se aconteceu alguma coisa mas ele não me conta.

Ponderei por um momento se falava ou não. Ah, melhor falar logo, uma hora ou outra vou deixar escapar mesmo.

-Você, por um caso, não sei, talvez – Dinah me olhou com uma cara de ''anda logo, caralho''. – Aff Dinah, não sei como tocar no assunto. – Me sentei na mesa.

-Você suspeita de algo, né? – Assenti. – É só ser direta, Mila.

-Bom ... ontem ele chegou aqui de boa, você reparou no momento que ele ficou assim? – Comecei falando bem baixinho e com cuidado. Deus me livre ele chegar aqui e me ouvir falando disso.

-Hum .. não sei .. depois da nossa conversa no grupo? – Inclinou a cabeça. Ela veio pra mesa também, trazendo as coisas que preparou.

-Antes eu fiquei achando que era coisa da minha cabeça, mas agora tenho quase certeza que não. – Enchi minha xícara de café e derramei calda nas minhas panquecas. Melhor café da manhã! – Você lembra como o Harry era com o Louis? – Louis Tomlinson; primeiro amor e primeiro namorado do Harry. Eles passaram os dois últimos anos do colegial juntos, só se separaram por causa da distancia. Louis continuou em Miami, até tentaram manter o relacionamento, mas não deu certo.

-Ai, que saudades daquela bicha! – Exclamou sorrindo. – O Hazza já superou ele e eu continuo aqui sofrendo. – Ri. Também tenho saudades dele, criamos uma ótima amizade. – Bem, voltando, o que tem?

-Antes deles começarem a ficar, ele já gostava muito do Lou, lembra? – Concordou. – Se a gente reparar bem, ele está agindo da mesma forma com outro alguém ultimamente. – Ela franziu muito a testa, parecia tentar entender. – A Ariana, Dinah!

-Pera, a Ari? – Murmurei em concordância. – A nossa Ari? – Murmurei que sim de novo. Ela começou a gargalhar altíssimo. – Camila, eu te falei pra parar de comprar maconha com o Liam porque estava vindo estragada, ai o resultado. – Revirei meus olhos. – Cara, o Harry é gay, muito gay, e não sei se reparou, a Ari não faz o tipo dele.

-Eu acredito que a gente se apaixona por pessoas e não pelo gênero delas. Tudo bem, eu nunca poderia me imaginar com um homem agora, mas pode acontecer, não é? Não tem como controlar os sentimentos, eles surgem e ponto. Existem tantos casos de pessoas que se consideravam hétero a vida toda e isso mudou por alguém. Porque não com o Harry?

-Mila, isso é insano! – Ela parecia chocada. – O Harry é mais moça que eu! Ele pira por causa de uma barata, passa maquiagem pra ir na faculdade, vive andando de salto alto pelo apartamento!

-Porra, e o que isso tem a ver ? – Agora eu estava meio indignada. – Você está soando como um republicano. – Ela fez cara de nojo e eu também. – O jeito que uma pessoa se veste ou age não diz nada sobre sua sexualidade. Uma coisa não tem relação nenhuma com a outra, esse pensamento é uma construção escrota da sociedade e seus padrões de merda. O Harry pode muito bem andar de salto e passar batom pra sair na rua se quiser e ainda assim amar uma mulher.

-Tá bom, falei merda agora, só fiquei surpresa. – Ela levantou os braços. – Mas por que você acha que ele poderia estar afim da Ari? Nunca notei nada demais.

Harry conheceu Ariana na faculdade. Ambos cursam artes cênicas em Julliard. Nas primeiras semanas ele vivia chegando em casa reclamando de uma anã metida a diva na sua turma. Ele arrumava mil motivos pra implicar com a garota, tudo era razão pra falar mal dela. Depois que viraram amigos ele admitiu que na verdade aquilo era um pouco de inveja; é impossível negar que os artistas são a porra de uma raça ruim; mas que se transformou em admiração e um incentivo a mais a se tornar melhor. Até hoje eles mantêm uma competição saudável.

Tongue TiedOnde histórias criam vida. Descubra agora