CAPITULO CINQUENTA E NOVE - parte um.

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    O dia no colégio passou devagar, e isso estava me deixando extremamente ansiosa, eu só conseguia pensar no que ele queria falar comigo, e por que tanto mistério, quando o sinal de saída tocou, eu já estava com minhas coisas na mochila e fui uma das primeiras a sair da sala.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem pro Fred.
Lale.
Oi, acabei de sair, to aqui na pracinha.

Ele não recebeu a mensange, então imaginei que estivesse a caminho, me sentei em um banco que havia na praça, e a Karina sentou ao meu lado:
— Vocês vão almoçar onde? — a Karina perguntou.
— Não sei, eu nem sei se quero almoçar, pra ser sincera.
— Por que? — ela deu risada. — eu que não ia recusar comida de graça. — olhei pra cara dela e comecei a rir.
— Idiota. — falei balançando a cabeça. — é só que estou com mau pressentimento, sei lá.
— Para de ser besta, não vai ser nada demais, você vai ver. — ela deitou a cabeça no meu ombro.
— Espero que não mesmo. — respondi.
A Karina ficou conversando com uns amigos dela e eu fiquei jogando Candy Crush, depois de quase 15 minutos, notei o carro do Fred parando, e não demorou pro nome dele aparecer no visor do meu celular.
— Oi. — falei ao atender.
— Oi, eu to aqui já, você já saiu? — ele perguntou.
— Já sim, estou te vendo, já to indo. — falei me levantando e pegando minha mochila.
— Tá bem, beijo.
— Beijo. — falei e desliguei.


Coloquei a mochila e peguei minha blusa de frio no banco:
— O Fred chegou, vou ir lá já. — olhei pra Karina.
— Tá bem então, amiga. — ela disse. — cadê ele? Pra eu dar um tchau.
— Ali. — apontei. — quer ir la comigo?
— Não, que o ônibus já ta pra sair, vai lá, amiga.
— Tá bom, beijo. — falei e dei um beijo na bochecha dela.
— Beijo, depois me conta o que resolveram, ta? — ela cochichou.
— Pode deixar. — sorri amarelo. — tchau povo. — falei pro pessoal que estava com a Karina.
Andei em direção ao carro, e vi o Fred abaixar o vidro e acenar, olhei pra trás e vi que era pra Karina, abaixei a cabeça e olhei só antes de atravessar a rua, quando estava me aproximando do carro, vi o Fred abrir a porta do passageiro por dentro, entrei no carro e não soube o que fazer direito, mas não quis ser idiota ou infantil:
— Oi. — falei e me inclinei, dando um selinho no Fred.
— Oi. — ele sorriu, tão lindo. — tudo bem?
— Tudo sim, e com você? — perguntei.
— Eu to bem. — ele respondeu e me olhou, em seguida ligando o carro.
Eu coloquei o cinto e ele saiu com o carro:
— Quer ir em algum lugar? — ele perguntou.
— Não, pode ir pra onde quiser, você ta com pressa? — questionei.
— Não muito, avisei meu tio que ia demorar um pouco. — ele me olhou rapidamente.
— Entendi.
— Vou ir pro shopping então. — ele disse. — sabe ir ou quer colocar no GPS?
— Eu sei ir.
E o resto do nosso dialogo foi apenas sobre o caminho, estava tudo tão estranho, algo estava acontecendo.
Nós chegamos ao shopping e depois do Fred estacionar o carro eu rapidamente desci, e fiquei esperando ele:
— Quer comer onde? — o Fred perguntou parando de frente pra mim.
— Eu não quero. — retruquei.
— Quer sim, você tem que comer algo, Laleska, anda, onde quer comer?
— Eu não sou criança, Fred, sério, não quero, vamos logo pra você ver onde quer comer. — falei.
— Ok.
Entramos no shopping e andamos lado a lado, mas sem pegar na mão ou trocar alguma palavra, e quando ameaçávamos nos tocar, era instantâneo os dois se afastarem, o Fred caminhou até a praça de alimentação e parou no Spoleto:
— Vê se não tem algo que quer. — ele disse.
— Eu vou ir comprar um Milk-shake, pede sua comida. — falei dando as costas, mas ele me segurou.
— Não é melhor pedir um lanche então? Eu pago, eu te chamei pra vir, te dou o dinheiro. — ele disse mexendo na carteira.
— Frederico. — segurei o braço dele. — não precisa, pede o seu e eu vou lá e já volto, pra gente conversar.
Dei as costas e fui até o McDonald's, e enquanto estava na fila, senti meus olhos lacrimejarem, sabia que algo estava prestes a acontecer, eu estava pressentindo e queria que tudo fosse esclarecido de uma vez, pra não me sentir ainda mais idiota.
Peguei o meu Milk-shake e voltei de encontro ao Fred, ele já estava comendo, então sentei de frente pra ele, ficamos em silêncio por um tempo:
— Devem estar me achando um pedofilo com você aqui. — o Fred disse.
— Por que? Eu não tenho tanta cara de criança. — dei risada.
— Esse uniforme ai. — ele riu.
— Para.... — falei rindo e olhando me uniforme. — esse uniforme é horrível.
— Você é linda, e o uniforme fica lindo em você, qualquer coisa fica. — ele me olhou e eu suspirei.
— O que queria conversar comigo? Tenho certeza que não era sobre meu uniforme. — o encarei.
— É, não era. — ele respirou fundo.
— Fala...
— É que eu acho que as coisas não estão muito bem entre a gente, quer dizer, eu tenho certeza, e sabe, eu tenho tido atitudes ruins com você, você não merece isso... — ele falou e eu me senti aliviada por um segundo, ele só queria se desculpar. — e eu não acho que eu seja a pessoa certa pra você, Lale, eu acho que eu quero terminar.
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Postei e sai correndo D:

SÓ NÓS DOISWhere stories live. Discover now