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DÉCIMA CARTA – (A FREIRA)

No momento que a carruagem de Crispim se foi, eu sabia que tudo na minha vida tinha mudado de novo e não esperava que fosse para melhor, eu estava na janela do meu quarto quando Tereza me chamou para ir até a Madre e eu não tinha duvida nenhuma que aquela mulher nunca teve prazeres em sua vida miserável e o seu espirito maligno não via bondade em nada e ela ia fazer de tudo para me destruir, quando eu cheguei ao seu gabinete a sua felicidade só não conseguia ser maior que a minha tristeza, naquele momento eu pensava em Elis e nas crianças, confesso que temi por Christie, onde estaria ele?

Mas foi o sorriso irônico e satisfeito dela que me embrulhou o estomago, ela foi direta ao dizer o que Crispim tinha ido fazer ali, o Duque pediu que ela ficasse comigo ou melhor o convento e que eles fossem benevolente e me aceitasse como uma das irmãs de fé, já que a vergonha que a minha irmã causou a ele, não me liberava da vergonhada da minha família, a madre chegou a suspirar como quem sentia algo por minha irmã, ela mencionou o quanto estava sofrendo pelos pobres bastardos que ela tinha colocado no mundo e certamente eles iam para o inferno juntos com a mãe. Pulei em seu pescoço quando a ultima palavra foi dita e só larguei quando fui tirada por Tereza e mais duas freiras, eu não considerava aquele lugar grande, para mim eu já o conhecia como a palma da minha mão, mas como eu varias pessoas eram enganadas naquele lugar, os serviçais, as freiras e as damas não conheciam o submundo embaixo daquele convento, coisa que a madre, Tereza e mais três freira conheciam, um lugar sujo, escuro e cheio de ratos.

Lembro-me das palavras de ofensas que a madre despejou atrás da porta a qual me trancava, no final me disse que eu deveria me redimir dos meus pecados e aceitar a grande oportunidade que eu estava tendo, pois com o valor que o Duque iria mandar eu seria mais um peso do que lucro e ela nem poderia me usar como criada, já que eu não servia para nada, mas jurou que isso ia mudar, em trinta dias presa naquele lugar eu aprenderia da valor as coisas e principalmente a ela. Entre risadas disse que as minhas coisas seriam confiscadas para a entrada das minhas futuras despesas e caso eu me sentisse preparada a pedir perdão a ela e a Deus, eu estaria livre do meu castigo, em quanto isso eu teria somente uma refeição e o tempo restante eu deveria ficar em jejum para espiar os pecados.

Gritei e esmurrei a porta, eu nunca senti tanta vontade de ferir uma pessoa como naquela noite, suas risadas iam sumindo enquanto ela caminhava, eu estava sozinha, as meninas da cozinha talvez nunca saberiam para onde eu fui, já que duas delas me viram conversando com Barbara e ela conheciam a carruagem do Duque, se a madre dissesse que eu voltei para casa todas iam acreditar, eu estava perdida, me deitei no chão e me encolhi naquele espaço úmido, o som de uma goteira era tudo que eu ouvia.

O Prisioneiro e a freiraWhere stories live. Discover now