Capítulo 3

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Feliz aniversário Anna, minha linda. Sorte, sucesso e todo amor sempre. Parabéns!

Parabéns Bárbara. Um feliz aniversário cheio de amigos e amor. Seja feliz minha linda. 

Poly minha linda!!! FELIZ ANIVERSÁRIO!! Muito amor e sucesso sempre. Seja feliz. Parabéns!


Afonso

Ela come bem, não parece preocupada com peso ou fica tímida de comer na minha frente. Acho que talvez a pouca idade ou o modo espontâneo com que vive seja a razão para tanta liberdade.

Essa liberdade é o que de algum modo me incomoda e não consigo compreender bem o porquê. Não somos tão diferentes assim, não deveríamos ser ao menos. Ela acredita nas mesmas coisas que eu, fez as mesmas escolhas.

Deixamos o restaurante juntos, meia hora depois, eu pago a conta. Afinal estamos a trabalho.

— Já sabe onde estamos indo?

—Miradouro da graça. Marquei um encontro lá. É público, muitos turistas, melhor lugar para falar com uma fonte, eles se sentem sempre mais seguros em público.

— Anotado. Podemos ir de eléctrico 28? – Sorrio com a pergunta.

— Pensei que conhecesse bem Lisboa. – Foi o que ela disse. – Ninguém que mora aqui o chama assim. Amarelo é como o chamamos.

— Demoro para pegar intimidade. – Ela responde dando de ombros. – Vamos ou não?

— Se ele estiver chegando tudo bem, não vou ficar meia hora esperando, se tiver muita fila...

— Então se apressa! – Ela caminha a passos largos na minha frente, o amarelo se aproxima e não tem fila no ponto, nos sentamos lado a lado. Ela no acento do corredor. – Adoro ver a paisagem.

— Adoro respirar. – Rebato, ela cruza os braços, evito rir, não me importaria nada trocar de lugar com ela, mas acho que gosto de perturba-la um pouco em vingança ao tanto que me irrita. Dois rapazes estão no banco da frente, estrangeiros falando em inglês e apontando a paisagem.

Manoela me olha um momento, tem qualquer coisa de desafio em seu olhar e no sorriso que toma seu rosto e quase me assusta.

Sem que eu consiga me preparar para o que vem, ela fica de pé, toca o ombro do rapaz no banco da frente.

— Oi, meu nome é Manoela, podemos trocar de lugar? Queria tanto olhar a paisagem pela janela, minha primeira vez em Lisboa. – O inglês é fluente e a cara de bobo do rapaz deve ser também. Num minuto desorganizado o rapaz da ponta está sentado ao meu lado, o da janela está na ponta e Manoela está feliz olhando a paisagem e rindo com os rapazes.

Eu oficialmente não a suporto. É definitivo. Encaro a paisagem calado infelizmente não posso deixar de ouvi-la a conversar animada. Manoela faz meia dúzia de perguntas aos rapazes. O que está ao meu lado se debruça no banco da frente para dar-lhe atenção, ela ri e conta histórias como se os conhecesse toda uma vida.

Me ponho de pé quando chegamos ao nosso destino, caminho pelo corredor em direção a porta e ela me segue apressada.

Faço questão de ignora-la, mesmo que ela não parece ter notado. Manoela não cala a boca, vai dissertando sobre o passeio e as paisagens até pararmos sob a sobra de uma árvore diante da paisagem de Lisboa.

— Um café? – Pergunto quando puxo uma cadeira para ela. Manoela faz que sim e logo somos servidos. Ela beberica o café encantada com a paisagem, o céu está azul e limpo, nem uma única nuvem na tarde quente.

Série Família De Marttino - Encontros de Amor (Degustação)Where stories live. Discover now