Capítulo 4

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Feliz Aniversário Mariana!!!!Toda felicidade do mundo minha linda! Sorte sempre. Parabéns!!!!

Manoela

— Está pronto. – Aviso desligando o fogo. O perfume está ótimo. Se meus pais me veem cozinhando assim vão estranhar. Me apliquei para impressionar o chefe. Será que é chefe que quero impressionar? Acho que no fundo é o homem. Isso é algo que tenho que avaliar. Não costumo gastar tempo e pensamentos com coisas como essas, quero alguém, eu digo e faço acontecer e depois eu só sigo minha vida, mas essa não é uma situação comum, nem ele é um cara comum e apenas a certeza disso já me confunde.

— Quer ajuda para levar à mesa?

— Por favor. – Enquanto ele traz a travessa eu sirvo mais vinho.

— Melhor ir devagar com o vinho. – Ele é preocupado e fofo. Me faz sorri.

— Não se preocupe, eu estou bastante acostumada com vinho.

— Ah, claro, eu me esqueço. Está com uma cara ótima. – Ele aprecia o prato. Dá para ver que não tem muito desses momentos. Afonso é solitário.

Sirvo os pratos, espero que ele prove e vejo que gosta. É estranho como isso me trás satisfação. Sorrio em gratidão. Penso em minha mãe e talvez seja esse seu sentimento ao produzir seus doces e se encantar com cada um que demonstra gostar.

— Alimentação nunca foi meu forte. – Afonso se explica. – Costumo apenas comer qualquer coisa fora de casa para aplacar minha fome. Não costumo levar isso muito a sério.

— Gosto de boa comida se não for eu a prepará-la. Minha família tem bons cozinheiros, acho que sou acostumada a boa mesa, mas sim, nos anos de faculdade, matar a fome nos dias comuns bastava.

— Mais vinho? – Afirmo, ele completa minha taça e a dele. Olho para o celular ao lado do prato, nove da noite, não é mais hora de estar aqui, depois do jantar o melhor é ir embora antes que ele se sinta obrigado a me expulsar.

— Nos encontramos no local marcado?

— Pode ser, falamos por telefone, qualquer movimento estranho eu te dou um toque. O que acha?

— Divertido. Vou de preto e óculos escuros. – Ele sorri de modo condescendente, as vezes penso que Afonso me vê como uma adolescente. Sou mais que isso, mas mesmo assim, não acho errado me divertir um pouco com isso.

Termino primeiro, como rápido, papai sempre resmunga sobre isso, mas tenho pressa.

Me recosto na cadeira esperando que ele termine, Afonso se serviu duas vezes e gostei de ver isso.

— Agora me deve um jantar, um que você cozinha.

— Manoela, não seria uma boa ideia, acredite, não vai gostar.

— Não sabe. Talvez eu goste. Talvez eu queria te ensinar umas coisas sobre culinária. – Ele ergue uma sobrancelha. – Devolver a gentileza, está me treinado, de muito má vontade, mesmo assim, está.

— Sinto que pareça isso. Não é nada pessoal, é muito por conta de quem eu sou, de como fiz tudo sozinho sempre. Não sou bom em ter ajuda.

— Entendo. Trabalhar em dupla é um problema para você, já notei, está sempre relutante, mas ter ajuda não é de todo mau. Acho que posso ser útil em algum momento.

— Acho que sim. – Ele afasta o prato e toma mais um gole do vinho. – O que acha de politica? Não é meu lance trabalhar com investigações desse tipo, gosto dos bastidores da política. Quando estudou jornalismo, o que tinha em mente?

Série Família De Marttino - Encontros de Amor (Degustação)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora