Capítulo 01

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Londres, século 19

Pov. Edward

Acordei mais um dia cansado de tanto trabalhar, deste que meu pai tinha falecido a seis meses atrás eu que estava cuidando de tudo no banco como seu herdeiro.

Eu tinha acabado de terminar a faculdade e ia ajudar o meu pai no banco, mais infelizmente a saúde dele estava ruim e acabou piorando, levando a sua morte.

Mais não tive tempo de chorar ou me lamentar, como filho único tive que cuidar do seu funeral, da minha mãe e do banco.

Me levantei indo fazer minhas higiene básicas antes de ir tomar o café da manhã, minha mãe tinha se mudado para uma casa mais no interior, fugindo desta movimentação de Londres.

Quando acabei meu café da manhã, fui para o banco e mais tarde tive que fazer uma visita a uma família, que estava devendo algumas coisas ao banco.

- Prazer senhor Roberts - falei estendendo a mão para o senhor de idade.

- Muito prazer meu jovem, meus pêsames pelo seu pai - o senhor Roberts e me deixou entrar.

Ele me levou até a sala de estar onde nos sentamos para conversar.

- Senhor Roberts, presumo que sabia por que eu estou aqui?

- Sim,.... - ele disse mais não consegui terminar.

- Papai - ouvimos alguém gritando e passos apressados se aproximando e de repente um garoto de provavelmente 19 anos apareceu sorrindo e segurando uma coisa que eu não sabia indentificar - Eu fiz para o senhor.

- Obrigado filho, mais estou com uma visita agora - o garoto direcionou o seu olhar para mim e suas bochechas se avermelham em um instante.

- Sinto muito! - disse e largou o que fosse na mesa - Irei fazer uma bebida agora.

- Não é preciso... - o senhor Roberts tentou falar mais o garoto já tinha ido para a cozinha, ficou alguns segundos em silêncio, antes de voltar a falar - Bom, podemos continuar

Começamos a discutir sobre as dividas que ele tinha feito com o banco, mas a cada minuto ouvíamos alguma coisa se quebrando na direção da cozinha e para onde o garoto tinha ido.

- Eu sinto muito - o senhor Roberts disse se desculpando e com uma cara de preocupado quando ouvíamos pela quinta vez um barulho de vidro se quebrando.

- Sinto muito pela demora, aqui está seu chá, senhor... - o garoto falou colocando uma xícara de chá na minha frente e outra na do pai, e percebi que os dedos dele estavam cobertos de bandeides - E para o senhor também, papai.

- Obrigado filho, agora por que não vai continuar tricotando - o senhor Roberts sugeriu pegando a coisa que eu não tinha idéia do que era na mão e entregando para ele.

- Sim, senhor. Com licença - o garoto disse olhando para mim e fazendo um gesto simples antes de sair da sala com um sorriso no rosto.

Continuei conversando com o senhor Roberts, mais por algum motivo, meus olhos algumas vezes iam para onde o jovem garoto tinha ido, como se eu esperasse vê-lo novamente.

Acabei pegando a xícara de chá que ele tinha deixado e bebendo, mais por pouco não cuspi fora, o gosto está amargo e queimado, e eu nem sabia que isto era um gosto.

- Eu sinto muito, devia ter falado para não beber o chá - o senhor Roberts disse se desculpando mais uma vez.

Por incrível que pareça, eu simplesmente só ia e falei para ele não se incomodar.

Depois que falamos por mais alguns minutos, me despedi e voltei para o banco.

No caminho eu comecei a pensar em como fazia tempo que eu não ia, acho que deste minha adolescência, quando comecei a atender as pressões sobre mim, herdar o banco do meu pai, conseguir um bom esposo ou esposa, para assim ter um herdeiro.

Quando acabei meu trabalho, voltei para casa e me arrumei novamente para ir em um baile.

Normalmente eu estaria recusando este tipos de convites, mais minha mãe falou que já estava mais do que na hora de eu arranjar um pretendente e começar uma família, e assim dar os netos que ela tanto queria.

Deixei as ordens para as duas empresas que eu tinha deixado na casa, como era só eu morando sozinho, não vi necessidade de ter mais de duas.

Fui de carruagem até onde estava sendo feito o tal baile que era realizado todos os meses do ano, mas o mais importante era o de debutante que acontecia no inverno.

Assim que pisei os pés no salão, vários olhares caíram sobre mim, não dei muita importância e fui comprimentar rapidamente o anfitrião antes de procurar o meu amigo.

- Foi só você entrar para todo mundo falar de você - o meu amigo, Alfred, disse quando me aproximei dele.

- Como se isto me interessasse - falei soltando um suspiro e pegando um bebida também e olhando para as moças e os jovens do salão.

- Então viu alguém que gostou? - o Alfred perguntou depois de alguns minutos quando eu fiquei analisando todas as moças e jovens do baile.

- Não - falei bebendo mais um gole e vi o garoto de hoje de manhã - Quem é aquele alí?

- O filho do senhor Roberts, Alison, ele é bem conhecido, já que foi em três bailes de debutante, já tem várias fofocas sobre ele e é também de conhecido que ele é um desastre em todas as categorias de um bom esposo - o Alfred disse e bem no momento que ele acabou de falar, o Alison derrubou o garçom que trazia as bebidas e se abaixou para ajudá-lo.

Soltei um sorriso involuntário e caminhei até ele enquanto a música tocava pelo salão.

- Me permitiria o prazer desta dança? - falei estendendo minha mão para ele, elegantemente.

- Você é o homem que veio visitar o meu pai mais cedo hoje - disse surpreso, mais com um sorriso no rosto - Me desculpe pela falta de educação. Adoraria dançar com o senhor!

Assim que ele pegou minha mão senti um calor quente passar pelo meu corpo, fomos para o centro do salão e começamos a dançar enquanto todos nos olhavam.

Continua....

Claramente não vai ser tudo igual ao século 19 na Inglaterra, então não liguem se tiver alguma coisa historicamente incorreta.

Amor Desajeitado (Romance Gay) Donde viven las historias. Descúbrelo ahora