Capítulo três

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        - Você saberia me dizer se ele é.. hm, gay?

        - Ki é alguém que nunca se relacionaria com você! - exclamou bravo e saiu andando depressa para longe do outro rapaz, deixando Daniel com uma expressão confusa e sem a mínima ideia de porque o outro mudara de humor tão rapidamente.

        Para piorar, o menino não tinha ânimo algum para aula, e aquilo além de incomum, deixava-o com vontade de gritar e chorar, e estar em qualquer lugar menos na escola, e fora por isso que ele se espreitara, longe dos olhares dos professores e fiscais, em direção à piscina coberta. Ninguém teria aula ali hoje, ele estaria salvo pelo resto do dia.

        Thomas era tão horrível assim? Era tão horrível a ponto de o garoto que ele gostava dar-se ao trabalho de conversar com ele apenas para que pudesse conseguir informações sobre seus amigos?

        A sensação era a pior do mundo! Ele sabia que aquilo passaria, mas as vezes, ele só queria ser como Ki, ou Will, ou até mesmo Dylan, porque eles eram adolescentes normais, e as pessoas falavam com eles apenas pelo prazer da companhia, mas com Thomas não! Claro que não, Sangster era apenas um pombo correio que ao olhar de todo o resto da escola servia apenas para repassar informações sobre seus amigos.

        A situação era ridícula, mas ele oficialmente tornara-se o típico adolescente que mata aula por consequência de seus problemas sociais, mas ele nem conseguia se importar com aquilo!
Estava tão irritado, triste e com a auto-estima machucada de formas que nunca estivera antes. 

           Thomas estava tão confuso, mas recusava-se a chorar! Não! Não ia chorar só porque o cara por quem tinha uma queda estava interessado em seu amigo.

        Ele não ia chorar, mas também não voltaria para a aula, nem iria para a casa antes do horário normal, sua mãe suspeitaria que havia algo errado.

        No final, Thomas apenas colocou seus fones de ouvido e deitou-se no quinto degrau da única arquibancada que tinha ali.

        Suas músicas preferidas soavam baixinho, e por isso ele podia ouvir ao fundo o barulho das mini ondas da piscina, e aquilo era estranhamente reconfortante para alguém tão confuso como ele.

        O garoto não sabe dizer quando adormeceu, mas lembra-se exatamente de quando foi acordando aos pouquinhos depois de perceber que seu fone direito fora arrancado de seu ouvido, e que quando abriu os olhos tudo o que pode ver foi Daniel encarando-o como se o rapaz fosse de outro mundo.

        - Você fica fofo quando dorme. - o outro sorriu, e depois riu divertido ao que assistia Thomas levantar-se apressado e sentar-se de qualquer jeito no degrau onde antes estava deitado. Ele estava corado, e tomou uns segundos para enrolar seus fones em volta do celular e pausar a música que tocava.

        - O que? - perguntou confuso. Aquilo era um sonho, certo? Só podia ser! O rapaz de quem ele gostava, o mesmo garoto que demonstrara claramente estar interessado em Ki, estava ali, chamando-o de fofo? Impossível. E que merda Daniel estava fazendo ali? - O que você tá fazendo aqui?

        - Uma prova. - contou, e apressou-se em completar ao que viu a expressão ainda confusa do outro. - Para o time de natação, estou tentando entrar desde que cheguei, e consegui agendar um teste para hoje. - ele deu de ombros.

        Thomas sorriu e acenou a cabeça concordando, não tinha o que dizer, a situação era desconfortável demais para ele, e porque diabos Sherman estava sendo tão legal?
Ele nunca admitiria que estava errado no que fez, mas sabia que havia sido um babaca, e geralmente quando você é babaca com alguém, as pessoas não tendem a retribuí-lo com gentileza.

The D.U.F.F. //DylmasWhere stories live. Discover now