ZAYN’S POV
Eu e a Nayalla fomos levados em direções diferentes e só nos voltaríamos a encontrar á noite.
Eu vim com o Borislav e entrámos num guarda-roupa enorme, aquilo era praticamente do tamanho da minha casa:
- Então, já conheces a Nayalla há muito tempo?- ele apontou para um banco estofado, perto da porta, onde me sentei.
- Sim, conhecemo-nos desde os três e somos amigos desde daí.
- Isso é muito fixe, não há muitas amizades assim.
- Tu e a Kelsey, são amigos desde quando?- foi uma pergunta que me arrependi logo de fazer, graças ao olhar assassino que ele me lançou.
Mas foi logo seguido por uma sensação de alívio, quando ele deu uma gargalhada:
- Eu e a Kelsey não somos amigos. Somos casados há quase seis anos- ele mostrou a fina aliança de ouro.
- A sério?! Como é que se conheceram?
- Ela salvou-me a vida. Foi há oito anos, quando eu estava a cumprir uma encomenda e levei um tiro. Se ela não me tivesse encontrado e não me tivesse levado ao hospital, eu tinha-me esvaído em sangue até á morte. Devo a minha vida á Kelsey.
Ele deu um sorriso meio nostálgico, mas a segundos depois, voltou a assumir a postura rígida e autoritária, como se aquilo tivesse sido apenas um momento de fraqueza. Dirigiu-se a uma parede forrada com quadrados azuis de couro, tocou num e dele saiu um pequeno computador:
- Quanto é que medes?
- 1,84. Porquê?
Não respondeu, apenas se limitou a olhar para o computador, escreveu umas coisas e para minha grande surpresa, um fato de gala saiu disparado á minha frente:
- Experimenta este, tem as tuas medidas e está de acordo com as cores que a Nayalla vai levar.
Levantei-me e fui experimentar o fato, assentava que nem uma luva:
-Perfeito. Agora, vamos a um pormenor bastante importante, que te vai permitir sair inteiro se alguma coisa correr mal. Sabes usar isto?- ele apontou-me uma pistola á cabeça.
- Sim sei, a Nayalla ensinou-me. Agradecia que a virasses para outro lado, é que estás a assustar-me.
- Não precisas, eu não te vou fazer mal. Vais esconder isto no teu casaco e só a usas em caso de emergência. Não te quero a explodir os miolos a ninguém, sem que seja estritamente necessário. Percebeste?
- Sim, percebi.
- Agora, vamos. Elas já devem estar á nossa espera.
Quando vi a Nayalla perto do carro, juntamente com a Kelsey que lhe estava a dar as últimas indicações, foi como se o mundo tivesse parado e eu tivesse oportunidade de observá-la, esquecendo tudo á minha volta. Ela estava com um vestido preto e tinha o cabelo atado num rabo-de-cavalo.
Aproximei-me dela e fiz-lhe uma vénia:
- Permita-me dizer-lhe como está bonita, senhora.
- O senhor também está muito bem.
