- Olá, Nayalla. Como é que tu te sentes?- ajoelhei-me ao lado dela e dei-lhe a mão, via-se que ainda não tinha força.
- Tenho muitas dores… Mas nada com que não se consiga suportar.
- Deixaste-me muito preocupado… Nunca mais me faças uma coisa destas.
Ela começou a chorar, eu tentava perceber o que se estava a passar:
- Porque é que estás a chorar? Foi alguma coisa que eu disse?
- Eu tive tanto medo… Ela disse que te matava, que te fazia passar por coisas horríveis para me fazer sofrer, só porque tu és a pessoa mais importante da minha vida. Imaginei-te morto e tive medo que se tornasse realidade.
- Meu amor, eu estou aqui e não te vou deixar- dei-lhe um beijo, para a acalmar.
- Deita-te ao meu lado, por favor…
Obedeci-lhe e deitei-me ao lado dela, demos as mãos e acabámos por adormecer.
De manhã, acordei ainda com a mão dela entrelaçada na minha, e sorri ao ver que a Nayalla estava a descansar em paz. Chamei por ela e acordou segundos depois:
- Como é que te sentes? Estás melhor?- perguntei, preocupado.
- Ainda tenho muitas dores… Tive um pesadelo horrível onde tu morrias e eu não chegava a tempo para te salvar- ela começou a chorar.
- Eu estou aqui. Nada nos vai separar. Prometo.
Abracei-a com cuidado para não magoar. Era bom saber que ela estava ali comigo, quando a única imagem que me vinha á cabeça era ela desmaiada nos meus braços.
O Austin e o Telmo entraram no nosso quarto, para nos dar os bons dias:
- Eu disse que vínhamos interromper os pombinhos…
- Não faz mal. Anda cá, Telmo, vem sentar-te ao pé de nós- disse.
Ele sentou-se entre mim e a Nayalla, que estava com uma mão ao peito e via-se que tinha bastantes dores. O Telmo ficou a encará-la uns minutos em silêncio, e depois perguntou:
- O que é que te aconteceu, Nayalla?
- Nada, miúdo. Tive um acidente a andar de mota, mas já estou bem. Não te preocupes.
- Mas está a doer-te? A mamã diz que com um beijinho tudo se fica bem- foi adorável o momento em que ele lhe deu um beijinho na mão.
- Obrigada, Telmo. Já está muito melhor- ela sorriu fracamente.
- Ainda bem.
- Eu trago-vos aqui a comida, assim a Nayalla escusa de se cansar.
- Austin, eu não estou inválida, consigo andar.
- Mas estiveste quase a morrer e eu não gosto de brincar com essas coisas- Eu é que sei, portanto tu não vais lá abaixo e vais comer aqui.
- Está bem, o paizinho é que manda- ela bufou, com raiva.
O Austin desceu e voltámos a ficar sozinhos:
- Ele tem razão, Nayalla. Tu não te podes esforçar muito.
- Mas eu consigo andar! Ele não precisa de me trazer a comida ao quarto…
- Mudando de assunto, o que é que te apetece fazer hoje? Vou ficar contigo o dia todo!
- Quero ver um filme.
Escolhemos um filme e quando passou uma parte romântica, eu peguei na mão dela e disse:
- Sabes que eu te amo, não sabes?
- Sim, sei. Eu também te amo, príncipe.
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