AMOR POR ACIDENTE

Capítulo 26

***Vicente***(aqui estou eu de novo)
Acordei no domingo com minha cabeça explodindo, lembro de ter passado mal depois que falei com o Otávio e que passei um tempo deitado na cama do hospital, depois fui na faculdade trancar nossos cursos e acabei passando em um bar e enchi a cara, me arrastei até em casa e só consegui fechar a porta, acabei dormindo na sala no chão de tão bêbado que estava.
Levantei e fui direto pro banheiro tomar um banho gelado, tomei um remédio pra dor de cabeça e fiz um misto quente com café bem forte.
Amanhã eu iria atrás de alguém que tivesse interesse em um jatinho, e procuraria mais um emprego a noite.
Depois de tomar café, dirigi rapidamente até o hospital e ao chegar dei de cara com o Matheus e a Isa.
-Bom dia.
-Bom dia.-eles disseram.
-Alguma novidade?
-Sim.
-Boa?
-Nem tanto Vicente. A Isa sabe de tudo já e vai te explicar, porque eu preciso visitar outros pacientes no momento e acho que você não vai querer esperar eu voltar.
-A Isa pode me explicar sim.
-Então até mais.-disse saindo.
-Vamos até o consultório dele.-a Isa me guiou até lá.
-Sente-se Vicente.
-Então?
-Quando o Matheus me contou do AVC da Manu fiquei muito intrigada, sei que coisas impossíveis podem acontecer, como o naufrágio do Titanic, mas isso não tira o mistério que esta por trás disso tudo. Eu insisti que víssemos as filmagens de quinta quando tudo aconteceu, de início ele achou um absurdo, mas eu insisti muito e acabamos tendo acesso a elas e adivinhe só, uma pessoa toda de preto entrou no quarto dela perto das 15 hrs e aplicou com uma injeção algo no soro dela, não deu pra ver quem era, o rosto estava coberto também, havia apenas a inicial V em uma das mangas. A pessoa saiu e não levou dez minutos para ocorrer o AVC. Os exames deram uma alteração na circulação sanguínea dela, causada totalmente na cabeça originando assim o AVC.
-Eu vou descobrir quem foi o desgraçado que fez isso com ela.
-Vicente tenha calma e pense bem em cada passo, aquela roupa, aquela sigla querem dizer algo muito importante e na minha opinião tem gente muito perigosa querendo acabar com a Manu e se chegaram nela podem chegar em você.
-Confesso que estou com medo, não sei pra onde ir, o que fazer, tudo que temos são essas filmagens que não nos levam a lugar algum. Espera preciso ligar pro Otávio rapidinho.
-Fique a vontade.

Peguei o celular do bolso e disquei o número do Otávio, no terceiro toque ele atendeu.
-Alô.
-Otávio preciso que me dê uma informação.
-Claro, do que precisa?
-Quando minha mãe foi assaltada, você lembra a cor da roupa que o cara usava?
-Lembro sim e confesso que achei bem estranho, mas esqueci de ti relatar isso.
-Por acaso a roupa era toda preta com um V em uma das mangas?
-Exatamente. Como você adivinhou?
-Uma pessoa com as mesmas roupas invadiu o hospital na quinta e aplicou uma injeção no soro da Manu, provocando assim um AVC.
-Nossa então existe mais deles, provavelmente são muitos Vicente, e eles devem saber cada passo que estamos dando, quem nos garante que nesse exato momento eles não sabem o que estamos falando?
-Tem razão, estamos metidos em algo terrível, e eu não sei o que fazer.
-Acho melhor só falarmos o que for realmente importante, não podemos correr riscos.
-Isso é verdade. Se cuida paizão.
-Te amo filho.

Desliguei e acabei ficando emocionado com tanto carinho por parte dele.
-Então as coisas são mais sérias do que aparentavam.
-Sim Isa.
-Escuta vai morar lá em casa, não quero que você fique sozinho e eu também não quero ficar, o Matheus não pode dormir comigo sempre.
-Está bem eu vou dormir na sua casa, mas quero procurar um trabalho algumas horas à noite.
-Eu também quero, precisamos ficar unidos.
-Então amanhã de manhã vamos procurar emprego.
-Fechado.
-Será que posso dar uma olhadinha na Manu?
-É contra as regras do hospital, mas como o Matheus imaginou que você fosse querer ver ela, ele liberou, mas são apenas dez minutos.
-Já é suficiente.

Entrei na sala onde ela estava conectada a vários aparelhos, ela estava pálida e meu coração doía de ver ela assim. Cheguei perto dela e peguei sua mão, estava fria, dei um beijo na testa e me sentei um pouco do lado dela.
-Ah meu amor como eu queria estar no seu lugar, carregando a tua dor, mas quando tu acordar eu vou estar sempre do teu lado, não me importa não frequentar a faculdade agora, eu vou fazer tudo que posso por você porque eu te amo.

Apertei a mão dela com força, sentia saudades do toque dele, da voz dela.
-Vicente vamos?-Chamou a Isa.
-Sim.

Dei outro beijo na testa dela e sussurrei um eu te amo e fica bem logo, saímos da sala e fomos pra casa, comemos, cada um tomou banho e se arrumou e depois saimos para procurar emprego. Cada um foi pra um lado e combinámos de nos encontrar na esquina de um bar, chegando lá encontrei a Isa chorando muito e parecia estar com um roxo no braço.
-O que aconteceu Isa?
-Estava voltando para nosso ponto de encontro, porém percebi que tinha alguém nos seguindo, no começo caminhei devagar, mas de repente dei uma olhada pra trás e o cara estava com a mesma roupa preta e o V na manga e ainda trazia consigo um ferro na mão esquerda, nesse momento entrei em pânico e saí correndo, ele correu mais rápido e me acertou com o ferro, roubou meu celular e fugiu. Estou apavorada, eles estão por toda a parte.
-Se acalme, estou aqui agora. Nós vamos dar um jeito em tudo.
-Vamos pra casa?
-Sim.

Abracei ela e fomos andando até em casa e quando chegamos na casa da Isa, ficamos sem reação ao ver tudo destruído, adentrei alguns passos e me apavorei ao ver uma trilha de sangue, era muito sangue, e de verdade, abracei a Isa e seguimos a trilha que dava no quarto dela em frente a tv, o controle estava ensanquentado, peguei ele e liguei a TV, o que veio em seguida foram gritos, sangue e pedidos de socorro, no final várias fotos da família da Manu e de mim e da minha mãe passaram na TV e a última frase dizia: "Vou matar cada um de vocês, lentamente e dolorosamente, para sentirem na pele a dor que eu sinto, e a Manu será uma das últimas, pois quero que você Vicente veja tudo com seus próprios olhos".
Estamos seguindo vocês e sabemos cada passo que estão dando. Se cuidem. "V".