Seis

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Halloo Little Babies!

Demorei praticamente um mês, mas voltei.

Não fiquem magoados, eu estou passando tanto tempo na UnB que meus pais estão me chamando de turista. Eu nem sei o que acontece em minha casa, chego só para jantar e dormir.

Mas eu voltei e também não prometo voltar logo pelo mesmo motivo que não consegui voltar antes, mas não se preocupem, eu sempre volto.

Estou um tanto receosa porque são 6k aqui e talvez achem meio pesado, não sei.

Mas vamos lá.

Boa leitura!

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Quando Lauren abriu os olhos aquela manhã, sentiu-se dormente.

Seu primeiro pensamento foi uma comparação entre seu estado e o estado de um usuário de drogas, mas não saberia diferir. Sua cabeça pesava, mas havia um fluxo de pensamentos fora do normal em sua mente, como se ela fosse ocupada por duas pessoas. No caso, duas Laurens.

Não se lembrava exatamente de como havia chegado àquele momento, coberta por sua manta macia, o corpo nu jogado de qualquer forma sobre a cama e os cabelos lhe cobrindo parcialmente o rosto, sentia seus lábios secos e obteve a noção de que estava com a boca entreaberta sobre o travesseiro.

Seu rosto estava virado para o lado esquerdo e abaixo dele e do travesseiro, onde sua face repousava, estava seu braço dormente, suspenso de uma maneira estranha, a mão aperta pendurada sobre o pulso com os dedos jogados de qualquer jeito no ar.

Havia tanto cabelo emaranhado em seu rosto que não precisou de muito tempo para adaptar seus olhos a luz, uma vez que eles formavam uma cortina que filtrava a iluminação de maneira agradável.

Suas pernas estavam jogadas de uma maneira característica e nada surpreendente, uma perna esticada, o qual a ponta dos dedos despontava para fora do cobertor, e o outro encolhido de modo que seu joelho estivesse a altura da barriga, fazendo par sobre seu outro braço flexionado paralelamente a este, a palma pressionada contra o colchão como se fosse fazer pressão para se levantar a qualquer momento.

Lauren ainda se sentia zonza e confusa, uma leve pontada lhe cutucando a cabeça como um bebê deveria cutucar a barriga da mãe na gestação. Ela tomou um tempo percebendo seu corpo, sua bexiga enviando o alerta de que precisava ser esvaziada, seus braços dormentes, a boca amarga por ter ido dormir sem escovar os dentes e a sensação da baba que estava morrendo de vontade de escorrer por entre seus lábios.

Tragou saliva de modo a evitar a situação constrangedora e suspirou, fazendo com que alguns fios de seus cabelos se agitassem levemente a frente de seu rosto.

Aos poucos os sons da casa foram invadindo seus ouvidos, a despertando de um jeito que só lhe restava a preguiça como desculpa para ainda estar deitada.

Chris e Taylor discutiam pelo tempo no chuveiro, sua mãe fazia barulho na cozinha preparando o café da manhã em tilintares irritantes e seu pai, silencioso, provavelmente lia o jornal - ele gostava de soar como um pai clássico e severo de filmes antigos, mas falhava em relação a expressão. A verdade é que por mais que estivesse olhando para o jornal, jamais saberia dizer o que estaria lendo se estivesse mesmo o fazendo.

Previu pela movimentação que logo a mãe subiria as escadas com intenção de a acordar e com isso, virou-se de barriga para cima e gemeu ao erguer o tronco.

Se arrastou para o banheiro sentindo o chão gelado a apressar e resmungou como fazia todas as manhãs sobre ter que levantar da cama.

Levantar era extremamente desnecessário.

Onde Vivem Os LobosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang