Carta - Não sei se para mim, não sei se para ele.
Nós não aguentamos mais. Não um ao outro, mas os dois a mim.
Não suporto minha outra metade, e você também não. Não a consigo controlar, e você também não. Eu não a entendo, e você também não.
O doutor disse que ela está doente. Mas nem sempre temos pena e compaixão de enfermos. As vezes só não os gostamos por estarem assim, e por de quebra, nos levarem junto.
Suas ordens de melhora só pioram, meu caro. Se eu tivesse controle já o teria feito. Pedidos para parar também não ajudam. Sorrisos desdenhosos só agravam.
Não seja meu estopim. Não se torne meu vilão. Por favor.
É o único que pode me ajudar, mesmo que eu não possa fazer o mesmo.
Sei também que está nessa por culpa minha. Não tive compaixão de você. Apenas o encarei como minha cura, sem pensar em quem seria a sua.
Tenho tanta vontade que seja feliz, amado e em paz. Tanta que as vezes quero te dizer Adeus. Não para ir com outro, mas para não ir mais. Não causar nada disso a ninguém.
Você merece a felicidade e eu sou a melancolia.
Estou doente de tristeza em não sei se há cura. Não quero mais lhe infectar.
Sou tão medrosa, tão covarde.
Dá para matar a alma sem o corpo?
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O diário aleatório de Margot.
PoetryQuerido Diário, Você foi criado para isto, ser diário. Em você falarei sobre coisas banais, pensamentos aleatórios ou apenas para escrever. Seja como for, que isso me ajude a quebrar alguns bloqueios de escrita. Não se sinta ofendido se o que for...