Me disseram que seria o cara certo.

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Os dois primeiros dias foram tranquilos,até agora só conheço mesmo o Henrique e por incrível que pareça temos muito em comum, ele pode ter amigos e até ser meio boçal mais acho que primeiras impressões não contam muito é praticamente a mesma coisa que julgar um livro pela capa sem ao menos ter visto o conteúdo.

Hoje por incrível que pareça não cheguei na segunda aula, alias acho que cheguei primeiro que todo mundo,só tinha eu e mais uma garota no fundo da sala, tinham a leve sensação de já ter a visto antes em algum outro lugar, mais para dificultar a minha situação ela estava de cabeça baixa,e eu não sou do tipo de pessoas que simplesmente vai lá porque percebeu algo, acho que força desabafos é algo terrível, mas naquele fatídico dia eu parecia estar com todo coragem do mundo e por isso resolvi dizer.

- Oi!

No exato momento que ela levantou a cabeça eu tive a leve impressão de que provavelmente tudo ao meu redor estava parando aos poucos, comecei a divagar e a me sentir estranha mais do que já só, então por medo eu fugir antes mesmo que ela me dissesse oi.

Já haviam me falado dessa sensação, me falado que uma hora ou outra iria acontecer, mas me afirmaram que seria com o cara certo, e foi exatamente por isso que não esperei a ela responder por que aquilo não era para acontecer, porque toda aquela situação me deixava confusa e estranha mais do que já sou e pior me assustava.

Depois que saí de lá não olhei para trás e comecei a me pergunta o quão louca ela devia me achar nesse momento ou talvez ignorante ou talvez estranha, ou pior medrosa, ou apenas tímida, eram tantos pensamentos gritando ao mesmo tempo, que eu nem percebi que a primeira aula já havia começado, continuei sem olhar para trás e passei a tentar me concentrar o máximo que pude na aula, não estava me saindo muito bem até que ouvi ela dizer " trabalho em grupo", se eu pensei que nada poderia piorar, errei feio.  

- Atenção pessoal, trabalho em grupo para o fim do mês, porém vocês não iram escolher o grupo, irei fazer um sorteio.

Então começou o maior protesto por isso, consequentemente tudo que conseguia fazer naquele momento era rezar para não ficar no mesmo grupo que a garota que nem mesmo o nome eu sabia ainda, após todo mundo ter dado todos os motivos possíveis para não haver sorteio a professora negou e disse que precisamos sair do nosso mundinho e conhecer coisas novas, pessoas novas.

Voltando de novo, acho que o problema de todo ensino médio é que sempre todo mundo está disputando algo com todo mundo, não há acordos e sim divergências.

Então começaram os sorteios primeiro os líderes de cada grupo, um alívio foi perceber que ela não seria líder de nenhum e perceber que o Henrique sim, mais ainda faltava o sorteio e cada vez que meu nome não saia eu não sabia se entrava em desespero ou ficava aliviada tudo tava sendo muito confuso, sentimentos são confuso mais que droga, por último foi o Henrique.

O primeiro nome do grupo dele foi o meu.

- Julia!

Ele continuou até chegar no último, sabe qual o problema de pensar positivo em situações extremas é que quando não acontece o que a gente quer ficamos frustrados e com raiva,mas a verdade é que até chegar no finalzinho do primeiro tempo estamos apenas sentados olhando pro nada sem mover um dedo para que tudo mude e quanto mais rápido as horas se passam pior fica, e no desespero apenas nos resta a esperança que apesar de ser falha naqueles últimos segundos a gente se agarra nela o mais forte que puder e torce para que tudo dê certo, mas a verdade é que já sabemos o que vai ocorrer então simplesmente deixamos que esse círculo vicioso ocorra porque todo ser humano é irracional, foi o que aconteceu comigo naqueles últimos segundos eu pedi a todos os santos, apelei, fechei os olhos e prendi o ar inteiro nos pulmões e esperei que ele disse o último nome.

- Bianca!

E enquanto aquele nome se repetia em minha mente eu tomava a decisão se olhava para trás ou deixava a mim mesmo morrer de curiosidade por algo que já era meio óbvio, mas sabe como é curiosidade é o pior de todos os sentimento e infelizmente é meio impossível controlá lo, assim que virei a cabeça lá estava o óbvio e óbvio agora tinha um nome, olhava para mim como seu eu fosse a pessoa mais estranha do mundo, e fazia com que as malditas borboletas no meu estômago, aquelas que eu senti logo cedo, se multiplicassem.

Como podemos ver caros amigos, as vezes a vida é surpreendente e se alguém tivesse me dito que aquele maldito sorriso e maldito olhar, fossem fazer com que eu me apaixonasse além de ter rido da pessoa eu com certeza recomendaria um psiquiatra para ela, afinal pra mim se apaixonar além se ser loucura é um simples ato de insanidade.

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⏰ Last updated: Mar 04, 2018 ⏰

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Eu, ela e o fim.Where stories live. Discover now