Capítulo 7

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Mônica

Meus dedos tremem ao redor do celular que o homem mais lindo que eu já vi me entregou.

Parece um delírio, tenho medo de acordar e ainda estar presa naquele quartinho fedorento.

Encaro o celular e vejo que hoje é dia vinte e dois de novembro, fiquei quase três semanas fora. Meu aniversário é daqui a um mês e dois dias e eu não sei aonde vou estar até lá.

A vontade de sair correndo e ir embora desse lugar é enorme, mas eu não tenho dinheiro, roupa ou meus documentos. Como sairia desse lugar?

A minha melhor opção é ficar com esse homem até conseguir recuperar minhas coisas.

Tento desbloquear o celular mas não faço ideia da senha, então o deixo em cima da mesinha ao lado da cama.

Vejo um telefone fixo e o pego, disco o número do Vittor, mas um voz diz que não completa ligação internacional.

Olho para Taíssa e respiro fundo. Ela é tudo que tenho agora e a prioridade é nos levar em segurança para o Brasil.

Lembro do olhar da Júlia naquela sala e respiro fundo, parece que ela nunca tinha me visto na vida. Ela me tratou com um desprezo inacreditável e fingiu não meu conhecer quando eu a chamei.

Ela parecia bem confortável naquela langerie pequena e seu sorriso era provocativo.

Não entendo o que mudou, mas algo aconteceu quando ela esteve no outro quarto, só sei que sou eu e essa menina deitada aqui. Preciso salvar nós duas.

Tiro o terno cheiroso do meu corpo e o coloco numa cadeira que tem no quarto, vou para o banheiro e tiro o pedaço de pano que me cobre.

A água morna me acalma e relaxa meu corpo, fico um tempo no chuveiro e só saio quando meus dedos estão enrugados.

Me enrolo na toalha e volto pro quarto, vejo a mala que o homem bonito me disse antes e eu a abro.

Pego uma calça de moletom cinza e uma camisa larga branca, me visto e penteio meus cabelos antes de me deitar na cama.

Cubro a mim e a Tai com o edredom quentinho e não demora muito para eu estar dormindo.

Acordo no meio da noite com o mesmo pesadelo que tenho, desde que fui sequestrada.

Vultos e homens me machucando e me esquartejando. Uma representação bem mais macabra do que eu vivi a semanas atrás.

Sinto meu estômago roncar e sento na cama, olho para o lado e Taíssa continua dormindo.

Olho para o quarto que está escuro, só com a luz do banheiro acessa e estranho, não lembrando de que a deixei acesa.

Meu coração acelera e eu não sei se saio da cama para ver o que é ou me enrolo no edredom.

Um vento forte bate na janela e eu me assusto, meus pés estão me levando para fora do quarto antes que eu perceba.

Bato na porta aos lado um pouco forte, minha respiração está engatada e eu tento não chorar, mas as lágrimas rolam pelo meu roto sem eu querer.

Amor Por Sorte - Série Loucas Para Amar #2Onde histórias criam vida. Descubra agora