Capítulo 11: Culpa.

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Valerie e Izume correram em direção à floresta e avistaram a Xogum e seu companheiro ao chão, ambas correram rumo a eles e agora ajudavam Masaki a socorrer Akamatsu, que permanecia inconsciente. A Xogum passou o antebraço sobre as bochechas secando as lágrimas que brotaram espessas em seus olhos, não se permitiria fraquejar mais. Respirou fundo e concentrou-se no samurai em seu colo.

— Perdoe-me... — Pronunciou antes de aproximar os lábios da testa de Akamatsu e depositar um breve beijo ali.

Izume a observava pesarosa, não tinha certeza do que presenciara, sua cabeça ainda estava pesada e seus ouvidos também zuniam, mas a samurai pôde ver nitidamente o momento em que o grande escudo laranja que os protegia começou a desfazer-se. Ela arregalou seus olhos perplexa e seus lábios se abriram em um ar de espanto e medo.

Pelos deuses! — Exclamou ao ver o corpo esguio de Aka despencando dos céus.

Masaki também pôde ouvir o estrondo da barreira mágica se desfazendo, mas não tinha ainda se dado conta de quem os protegia. Até o momento. Seus olhos correram na direção onde Izume fitava estática e só então viu a jovem samurai Hoyashiro caindo. Levantou-se abruptamente e ergueu uma de suas mãos em direção à garota, fechando os olhos.

Akumu-Sama, pegue-a para mim!

Uma aura dourada e brilhante exalou do corpo de Masaki tomando a forma de uma águia e direcionou-se a Aka envolvendo-a. A fênix fora atingida diretamente no peito, mas aquele montante sombrio de poder não alcançara a nenhum samurai de Dejima. Harpas absorveu todo o impacto do golpe enquanto observava a silhueta de Hinotori sumir por entre as montanhas. Ela suportou de olhos abertos até que todos estivessem totalmente seguros.

A penumbra entregou-se em um suspiro pesado ao vê-los cruzando o cume da cordilheira e deixou que Aka assumisse a presença daquele corpo. Embora tivesse sofrido um dano alto estava tranquila em manter sua mestra em total segurança, sem sequer um arranhão. A jovem samurai despertou já em queda livre, mas suas forças foram o bastante somente para pronunciar o nome de sua penumbra, não demorou mais que alguns segundos para fechar os olhos em agonia.

~*~

Mikadzuki retomou seus sentidos compulsoriamente quando ao seu lado passaram correndo Taresu e Jun em direção à mata densa. Ela se levantou ainda com os músculos doloridos e viu a dupla de samurais parar antes mesmo de adentrar a mata. Jun ajoelhou-se enquanto Taresu fitando os céus caminhava para trás.

Jun, abra o leque! — Ordenou Taresu já com uma distancia friamente calculada.

O samurai de madeixas espessas e claras assentiu abrindo um enorme leque de jade, Taresu correu em direção ao parceiro e usou o leque como um apoio enquanto Jun levantou-se arremessando o companheiro para o alto em direção a garota ruiva. Mikadzuki sentou-se abismada e acompanhou toda a ação dos rapazes, os mesmos arregalaram-se quando do alto Taresu laceou Aka com uma de suas correntes trazendo-a para mais perto e envolvendo-a em seus braços.

O samurai abriu os lábios assustado. Antes mesmo que as correntes a alcançassem o corpo de Aka, o mesmo fora envolvido por algo cintilante que tomou a figura de uma ave de rapina e carregou o corpo de ambos para o solo em total segurança. Taresu depositou o corpo dormente da garota cuidadosamente na grama macia e densa enquanto o restante dos guerreiros aglomerava-se em volta deles.

A jovem loira abriu espaço entre as pessoas até conseguir chegar ao corpo de Aka e a observou por um momento em silêncio um tanto atordoada.

— O que aconteceu aqui!? — Questionou exasperada.

The Flaming Woman - A guerreira CarmesimWhere stories live. Discover now