Prólogo.

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Capítulo sem revisão.

Prólogo

São Francisco, Califórnia, 2005.

Hope Moore.

– Menina, esse é seu novo lar. – A senhora de cabelos grisalhos sorri sem vontade.

Ela empurra-me em direção a cama, uma entre muitas do longo corredor, meu novo lar.

Eu tropeço para um colchão desnudo e um travesseiro sem capa.

– Temos regras aqui mocinha. E até que alguém se interesse por você, para que seja adotada, terá de segui-las. – Ela continua falando. – Lençóis e fronha encontram-se na gaveta do seu criado mudo. Você tem que arrumar sua cama ao acordar, ou ficará sem café da manhã. O seu criado mudo é onde ficarão todos os pertences que terá aqui, suas roupas, escova de dente e outras coisas. Temos horários. Não pense que sua vida será férias a partir de agora. Eu lamento o que aconteceu com você, com seus pais, mas agora que está no meu orfanato, terá que seguir as regras. – Ela estica um papel em minha direção. – Aqui estão. Leia, grave, e nunca, em hipótese alguma as esqueça, pois você será punida caso não as seguir.

Eu aceno com a cabeça concordando. Ela levanta uma sobrancelha antes de virar em seu calcanhar e seguir fora do quarto.

Não dou uma segunda olhada no papel, antes de me arrastar para cima da cama.

Fecho os olhos com força. Somente querendo acordar desse pesadelo.

Como eles puderam fazer isso comigo?

Porque não me levaram com eles?

As lagrimas me cegam por um momento.

Com dez anos de idade, as pessoas ficaram receosas para contar-me sobre a morte dos meus pais.

Mas mamãe não me chamava de pequeno Einstein atoa. E quando a assistente social chegou acompanhada por policiais na minha escola, eu não tinha dúvidas sobre o que tinha acontecido.

Quando questionei a assistente, para saber sobre como aconteceu, ela somente respondia-me que iria ficar tudo bem.

Mas não ficou.

Agora estou no orfanato para meninas.

Aparentemente, o carro onde mamãe e papai estavam foi atingindo por um caminhão que ultrapassou o sinal vermelho. Eles morreram na hora.

E de repente eu estava aqui, abandona a própria sorte.

Questionando-me, o que seria da minha vida a partir de hoje?

BLAKE (ÚNICO/DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now