Capítulo 22

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Eu estou ferrada. Ferrada. A palavra detenção gira em círculos na minha cabeça. Não consigo acreditar nisso. Nem me orgulho em bater na Clara. Aondo foi que eu tava com a cabeça? Nunca pensei que brigaria por um garoto, principalmente o Christian. Tá, eu não briguei exatamente por ele, mas Christian teve um importante papel na tarefa de fazer Clara e eu brigar. Se eu não tivesse beijado ele naquela maldita festa, não haveria nada disso, nem olhares tortos nem boatos nem briga. Se não bastasse eu está defamada, agora estou na detenção.

Caminhei segurando minha bandeja até a mesa das minhas amigas; senti os olhares das pessoas enquanto isso. Dessa vez Raquel também estava junta das minhas amigas

— Você arrasou! — disse Taylor. — Já sabemos tudo o que aconteceu.

— Povo fofoqueiro — murmurei.

As meninas começaram a falar da discussão. Desejei ter o poder de teletransporte. E de voltar no tempo também, porque minha mãe vai me matar quando souber a minha situação. Mais uma vez as pessoas não paravam de olhar para mim. Senti minhas bochechas arderem, mas não de vergonha, e sim, de raiva.

— Já chega — levantei-me. Minhas amigas me olharam. — Eu vou pôr um fim nisso.

— Aonde você vai? — Bea perguntou.

— Já disse: resolver isso.

Elas não me seguiram enquanto eu fui em direção ao vestuário masculino. A ideia não podia ser a das melhores, mas eu tinha certeza que ia encontra-lo lá. Só não imaginava que encontraria tanto fuzuê num canto só. Quase vi o pinto de um garoto tentando achar o Christian. Sem contar que a gritaria estava de mais. Parecia que havia alguma coisa acontecendo. Foi então que eu os vi, bem no meio do vestiário; um estava com o punho cerrado, pronto para socar o outro.

— Retire agora o que você inventou sobre ela — disse o que está com o punho cerrado.

— Foi verdade, amigão. Eu não inventei nada — disse o outro, com um ar de deboche.

Em segundos ele foi acertado no queixo pelo que estava com o punho cerrado.

— Não!

Eu corri até eles. Vi Christian com a mão no queixo sorrir com deboche para Matt. Um segundo Matt estava do meu lado, no outro estava acertando mais uma vez um soco no Christian. Ele tomou equilíbrio e deu um soco no Matt. E então a briga tinha começado de verdade. Os outros meninos gritavam como se esse fosse o espetáculo mais bonito, enquanto eu fiquei parada sem saber o que fazer.

— Parem já com isso! — o treinador conseguiu separá-los com a ajuda de outro aluno.

Andei até Matt. Ele ficou surpreso ao me ver no vestuário. Mas eu estava surpresa ao ver que ele tinha brigado. Fiquei do lado dele até o diretor chegar.

— Ora, mas o que aconteceu aqui? — a pergunta era mais retórica do que nada. O diretor olhou para os dois, depois, para mim. — Você de novo, mocinha.

— Eu... — tentei explica, mas não sabia como. Naquele momento o meu foco não era mais falar com o Christian, e sim, saber se Matt está bem.

— Vocês dois, já para a minha sala — ele apontou para os meninos, que logo saíram do vestiário. O diretor se virou para mim e disse. — E você para a minha sala também. Quero saber o seu envolvimento nessa história.

Segui para a sala dele mesmo sem saber se eu estava envolvida nisso. Fui até lá morrendo de medo de ganhar mais uns dias de detenção. Caminhei até a sala do diretor Evans tentando adivinhar o que eu havia feito daquela vez. Matt não soltou nenhuma palavra durante o caminho, já que sua concentração em ficar de cara fechada era maior do que tudo. Mas quando entrei na sala do diretor e os meninos começaram a falar, soube o porque de eu estar metida nisso: Matt estava me defendendo, de novo. Era Christian mesmo que estava dizendo que transamos. É claro que Matt ficou P da vida com isso e foi tirar satisfação com ele.

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