53. Desperto

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❦ ❧ NOVEMBRO ❦ ❧

Ainda tinha pesadelos, embora o que realmente lembrasse fosse a fração de um minuto. Lembrava-se do carro em sua direção, e nada. Um deslocamento rápido para um vazio escuro. Ouvia gritos. Talvez seus, talvez do irmão. Talvez de ninguém... Um braço enlaçou-se em seus ombros, e apenas depois o outro braço fez o mesmo. E descendo, talvez dez centímetros. Talvez mais, talvez menos...

O irmão estava acima de si, abraçando-o com toda a força, usando o próprio capacete para proteger o do piloto. Uma batida. O chão. O céu. O chão novamente. O vidro embaçava com sua respiração alterada.

Acordou sentindo-se preso, como se os braços do irmão ainda o protegesse.

- Nanjoom, está acordado? - K. H. Ae.

Não respondeu, e foi ao banheiro. Tudo era mais difícil com o braço imobilizado, e estava feliz em tirar a tipoia e voltar a pilotar. Mas a dor piorara.

Ganhou um beijo no ombro bom ao passar pela mulher, que preparava algo para o café da manhã. Sentou-se à mesa.

- Descansou bastante? - K. H. Ae.

Não teve de responder graças a ligação de Suga, e ela alcançou o celular ao seu dono, para que atendesse.

- Bom dia, te acordei? - Suga.

- Não. Está tudo bem. - RapMo. - Em que posso ajudar?

- Queria apenas confirmar se irá ao hospital essa madrugada.

- Sim, é a minha escala.

- Se quiser companhia...

- Não, não é necessário.

É minha responsabilidade.

Não atrapalhar mais,

é o mínimo que posso fazer.

- Você está bem mesmo? - Suga.

- Não é nada. O ombro incomoda um pouco.

- Certo. Direi ao Jungkook que não precisa ir.

- Certo. Jimin ainda não está bem?

- Sim. Ele é totalmente averso a hospitais, procedimentos médicos... Bem, vou indo nessa então. Jung quer praticar com um adversário diferente, hoje.

Desligaram e RapMo tomou seu café com calma. Hora mordendo o pão, hora dando um gole na bebida quente. Ao terminar foi à pia, tentar organizar ao menos o que usara, e K. H. Ae foi a seu socorro.

- Deixe isso, deixe que eu faço. Deve descansar o braço, e não deveria sair. - K. H. Ae. - Vai se recuperar mais rápido se descansar.

- Eu estou bem. - RapMo.

- Não deveria nem estar aqui. Deveria estar na casa, seria mais fácil pra você.

- A casa é muito movimentada, sempre cheia. Descansarei melhor aqui.

- Nanjoom...

- Estou ouvindo.

Ela gostaria de lhe dizer que desde que saíra do hospital agia estranhamente, não a olhava nos olhos, do mesmo modo que não fazia agora. Gostaria de perguntar no que ele pensava, mas tinha medo de que ele descobrisse as próprias respostas.

Deu-lhe outro beijo no rosto, quando terminou a louça, e pegou a bolsa saindo depois de lhe lançar um último olhar. Havia prometido a Jung ajudar a levar os cães pra vacinar, em dois carros.

Os Filhos das Minhas EsposasOnde histórias criam vida. Descubra agora