Where it all began {André Silva} - Concluída

25° Capítulo

[André]

O médico dirigiu-se até mim e eu logo me levantei. Conseguia ouvir o meu coração a bater cada vez mais e mais. A ansiedade de saber como estava o meu bebé estava a dar cabo de mim..

-Senhor Silva? - ele perguntou e eu logo assenti com a cabeça. - Não necessita de se encontrar tão em baixo.. Está tudo bem com o bebé e com a menina Gonçalves também.. Caso queira entrar pode fazê-lo agora. - o médico disse e eu agradeci mentalmente a Deus por estar tudo bem com o bebé e com a Catarina também.
Assim que me relembro novamente do que a Catarina me havia feito senti uma certa raiva, queria que ela senti-se o que eu estava a sentir neste preciso momento... Eu errei mas ela não podia ter me escondido isto.. Não podia mesmo.

Andei até ao quarto que detinha na porta o número 123 e bati à porta podendo ouvir um '' sim '' bastante fraco.
Entrei no quarto podendo ver a Catarina a mordiscar o lábio, algo que esta só fazia quando se encontrava bastante nervosa... Algo que me deixava ainda mais nervoso.

-Hm.. André que fazes aqui? - ela murmura encarando-me.

-Acho que os dois precisamos de ter uma conversa Catarina, acho mesmo. - digo um pouco frio podendo ver a sua expressão ficar confusa.

-Eu sei André.. Eu sei que estás chateado e com toda a razão, mas eu simplesmente não me sentia confortável em te encarar e te contar... Também se te contasse provavelmente irias desconfiar de mim como ultimamente tens feito. - ela diz. Podia ver os seus olhos a encherem-se de lágrimas.

-Catarina, eu não quero saber se te sentias confortável ou não.. Eu só queria que me tivesses contado a verdade.. Eu tinha todo o direito de saber. Porra tu sabes o que eu estou a sentir neste preciso momento? - murmuro olhando a enquanto algumas lágrimas escapavam dos meus olhos.

-Fogo André não tornes isto mais difícil do que já é.. Eu também me sinto péssima, tu achas que é fácil para mim? - ela disse. As lágrimas rolavam pela sua face branca.

-Catarina podes ter a certeza que mal essa criança nasça que quem vai ficar com ela sou eu. Eu vou te tirar a guarda do bebé e acredita que depois disso não lhe voltas a colocar a vista em cima. - elevo o meu tom de voz  e limpo assim as lágrimas que escorriam pela minha face.

-André tu não me podes fazer isso. - ela elevou o seu tom de voz.

- Tanto posso que o irei fazer. Acredita Catarina, não podia estar mais desiludido contigo. - digo ouvindo a loira a soluçar com o choro.

-Já somos dois, acredita. Agora sai! - esta ordenou e eu assim o fiz.

Ao sair do quarto pude ouvir os gritos de raiva da Catarina. A verdade é que eu não lhe queria tirar mesmo o bebé. Eu só queria que ela se sentisse minimamente como eu me sentia. Sentia-me completamente perdido e sem saber o que fazer. Eu só queria que estivéssemos bem os dois, mas a verdade é que ultimamente estávamos sempre a discutir. Eu sei que tenho culpa de maior parte da porcaria que está a acontecer agora, mas era escusado ela me ter escondido da gravidez. Às vezes não a percebo..

Acordei dos meus pensamentos com alguém a chamar por mim. Pude ver o Afonso a vir na minha direção assim como a Adriana.

-Não me ouves a te chamar André? Acho que estás a precisar de usar um aparelho auditivo. Se quiseres ainda hoje podemos falar com a mini som. - ele riu e eu só o olhei de forma séria. - Já percebi que não vens lá muito bem disposto.. - o Afonso disse.

-Então se percebeste que eu não estava lá muito bem disposto porque vieste me chatear? E já que vos apanho aos dois aqui, só vos quero perguntar uma coisa.. Quando tencionavam os senhores me contar que a Catarina está grávida? Eu vim cá tantas vezes nestes seis meses e nunca ninguém me contou nada. Eu pensava que podia contar sempre convosco mas pelos vistos.. - murmuro e eles assentem com a cabeça.