08 de abril de 2016

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De acordo com o doutor Oliver, o mais aconselhável para mim no momento é escrever coisas cotidianas como se isso fosse me fazer ser uma garota mais feliz. 

Eu confio no doutor Oliver, ele sempre me faz rir, mas tenho a convicção que desta vez ele não está tão correto quanto imagina.

Como uma garota de oito anos de idade é capaz de ser feliz trancafiada dentro de um quarto de hospital onde sua relação mais próxima é sua própria oncologista? Eu, infelizmente, sou incapaz de imaginar isso dando certo.

Todavia, estou aqui. Parei minha leitura e estou escrevendo baboseiras nesse caderno enquanto minhas mãos tremem como um graveto ao vento.

Me disseram que um rapaz marginalizado irá vir me fazer companhia hoje, novamente, mais uma tentativa ridícula de me fazer ver que existem coisas piores do que a leucemia e me usarem de exemplo para mostrar que existem coisas piores do que ser um ladrão. 

Novamente, não posso me conter de tão feliz que estou. 

Haha.

Agora, ao invés de passar horas trancafiada sozinha tenho como companhia um mal elemento.

Será que eles não podem simplesmente deixar que eu morra em paz?


Com amor, Hannah (Concluída)Where stories live. Discover now