Capítulo 10

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Hoje assinei minha sentença de escravidão e humilhações.

Hoje me casei com um homem sem escrúpulos e amor ao próximo.

Foi uma cerimônia simples, apenas com Tom e minha família presente.

Tom conseguiu fazer tudo em segredo, sem ninguém para atrapalhar nosso "perfeito" casamento.

Minha semana foi uma correria louca para fugir de paparazzi. A história que Tom tinha um filho ilegítimo  vasou e foi o maior escândalo. Ele teve a cara de pau de me acusar de vender a história para as revistas de fofocas.

Fiquei com tanta raiva por ele pensar que eu seria capaz de algo tão baixo que acabei xingando ele.

Despois ele descobriu que foi uma de suas empregadas que vazou a história toda, não teve nem a decência de me pedir desculpas. Vindo dele era de se esperar, não sei porque ainda tenho esperanças que ele irá mudar algum dia.

Fotos minhas saiu em várias revistas, não tenho idéia de como conseguiram fotos minhas em minha formatura, mas conseguiram.

Eu estava sendo taxada como o pivô da separação do casal do ano.

Havia tanta mentira sobre mim, que parei de olhar as revistas, só estava me deixando desconfortável e amargurada.

- Sorria querida. - Diz Tom sarcástico. - Parece que está em um funeral e não no dia de seu casamento.

- Pois é exatamente isso que estou sentindo. - Digo. - Em um funeral.

- Melinda, Melinda. - Diz apertando meu queixo de leve. - Você ainda irá me respeitar.

- Vai sonhando. - Digo ríspida. - Me casei com você mas não terá nenhum direito sobre mim, viva sua maravilhosa vida que viverei a minha.

- Minha querida, você ainda não percebeu que seremos um casal como qualquer outro? - Pergunta.

- Você só pode estar louco em pensar que irá tocar em mim novamente! - Grito.

- Pois pode se acostumando com a idéia, você irá dormir em minha cama quando eu quiser Linda. - Diz sombriamente.

- Você não pode me obrigar a fazer isso. - Me desespero. - Já me obrigou a viver nessa farça e mentir para minha família. Mas não pense que terá algum direito sobre meu corpo, pois não terá.

Lhe dou as costas e corro para meu quarto. Tranco a porta assim que entrei no quarto.

Meu coração está tão acelerado que parece que irá saltar de meu corpo.

- Melinda abra essa porta! - Grita Tom.

- Não! - Grito de volta. - Vai embora!

Tom bate algumas vezes na porta, escuto ele esbravejar e logo para de tentar entrar a força no quarto.

Me sento na beirada da cama, pois minhas pernas estão bambas.

Vou me acalmando aos poucos, e meu coração volta a bater normalmente.

Tiro o vestido simples que escolhi para a ocasião. Branco, na altura do joelho e todo rendado. Por mim escolheria um preto, mas não posso dar motivos para minha família desconfiar de algo. Apesar que Fran não ficou convencida sobre meu casamento.

Jhef ficará com minha família por essa noite, pois Tom disse que teríamos uma noite especial. Mas ele estava errado, não irei aceitar ser sua esposa troféu que usa quando quer e da forma que quiser.

Abro a mala que está sobre a cama, pego um vestido preto básico e um conjunto de langerie, e vou rumo ao banheiro.

Tranco a porta do banheiro por via das dúvidas.

Entro embaixo do chuveiro e deixo a água quente relaxar meu corpo.

De repente me vem uma vontade enorme de chorar.

Deixo as lágrimas rolarem, enquanto abraço meu próprio corpo.

- Por favor, não me desampare meu Deus. - Peço baixinho.

Não sei por quanto tempo fiquei em baixo da água, chorando e orando.

Minhas mãos começam a ficar engrujidas, então saio de debaixo do chuveiro.

Seco meu corpo molhado, e logo em seguida me visto.

Volto para o quarto e pego meus produtos de higiene pessoal, volto para o banheiro e guardo tudo em seu devido lugar.

Penteio meus cabelos e os deixo soltos para secar mas rápido.

Tiro a mala de cima da cama e me deito logo em seguida.

Me aconchego no meio da cama, suspiro cansada, e acabo adormecendo.

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Acordo com a sensação estranha de esmagamento. Abro meus olhos e me deparo com Tom em cima de mim, beijando meu pescoço.

O empurro com toda força que tenho.

- Co... como você entrou aqui? - Gaguejo.

- Você não reparou a porta que liga meu quarto ao seu? - Sorri com malícia. - Esqueceu de tranca-lá.

Tom me olha como se eu fosse a presa e ele o caçador. Seu olhar me causa calafrios nada agradáveis.

- Sai daqui. - Digo baixinho.

- Você acha que eu perderia nossa lua de mel? - Pergunta sarcástico.

- Me deixa em paz! - Grito.

Tom vem até mim e me puxa para junto de si com brutalidade.

- Não grite comigo! - Ruge. - Você irá me respeitar Melinda, se não for por bem será por mal.

Lágrimas correm pelo meu rosto. Tom  leva seus lábios aos meus e me beija.

Tento empurra-lo mas ele é mais forte que eu.

- Por favor Tom. - Peço baixinho, enquanto ele beija meu pescoço. - Não faça isso por favor.

Tom para, se levanta da cama e me olha assustado, vejo vergonha em seu olhar.

- Não sou um maldito estuprador. - Diz ríspido. - Então não me olhe como se eu fosse um.

Dito isso sai de meu quarto batendo a porta com força atrás de si.

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Bom dia amores.

Espero que gostem do capítulo novo, até o próximo. ❤😍🌹

Caminhos que se cruzam Where stories live. Discover now