Torpe me sinto, como o horizonte deturpado ao pôr do sol, maltratado pelo calor que emana da areia a qual os pés escalda, castigada pelos incansáveis raios do sol que se impõem impiedosos reinando onipotentes no deserto da mente perturbada pela imagem do presente desorientado que se guia pelo futuro eminente. Futuro este que não cansa de se mostrar mordaz e intimidante, sem motivo algum para se contentar com a simples ameaça porque o futuro - ah esse futuro não é só ameaça, mas sim a forma concreta do desconhecido que bate à nossa porta nos lembrando que o amanhã não tarda a ser o ontem e que não temos tempo hábil para recuperar o que se perdeu no caminho em que se transforma o hoje em tempo obsoleto. Passamos como vento litoral pelo amanhã que anseia ser deixado apenas na memória para que sirva de guia dos nossos mais profundos desvarios, estes que não devem ser comentados mas sim apenas sentidos e vividos, no mais amplo sentido das palavras.
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Estórias em dias de histórias
Non-FictionSobre como nos sentimos em dias conturbados