♡ Capitulo 24: A sensação desconfortável... ♡

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♡ Capitulo 24: A sensação desconfortável... ♡ 

Não sabemos de nada até que chegue a nossa vez. A gente não sabe do que o nosso amor é capaz, o que a nossa natureza nos reserva, o poder da nossa desobediência ou subordinação. A gente não pode prever nossa reação diante do susto, da paixão, da fome, do medo. Podemos vir a ser uma grata surpresa.'

- Martha Medeiros



♡ Nina...

Acordei cedo, o sol tinha aquele brilho do verão matinal, me levantei e abri as cortinas para que ele entrasse com todo o seu esplendor. A brisa fria da manhã me faz encolher, mas os cantos do pássaros me fez devagar...

Era como ouvir os cantos dos mesmos pássaros que habitavam a imensa floresta que compunha o bosque da Mansão de Dom Diego, o homem apoderado em meus sonhos. Esse lapso de memoria durou apenas alguns segundos foi o suficiente para me fazer sentir! — Aquela velha sensação desconfortável... tomar todo meu ser.

Mas... eu não tinha tempo para me lamentar e tentar decifrar coisas pelas quais eu não entendia, então me pus a prepara- me pelo dia que íamos iniciar. Fiz as minhas orações e minha higiene matinal.

Uma pequena euforia me fez esquecer aquela situação deprimente e pensar no que eu tinha para fazer. — O dia era curto, mas teria que render as horas! — Determinei.

Só dei conta que havia alguns dias em que não via Rodrigo quando o vi sentado a mesa do café da manhã. O sorriso desenhou a sua face da mesma forma em que desenhava a minha. Eu não me cansava de admirá- lo, a sua beleza era algo extremamente espetacular. Rodrigo Strada parecia um artista de cinema americano, daqueles filmes que tinham soldados de guerra. — Ele era lindo, forte e decidido.

Eu me sentei a mesa, depois de cumprimentar a todos, naquela manhã uma mulher jovem e linda fazia companhia a família que ali estavam, apenas me esperando para o desjejum. Me perguntei se havia acordado tão tarde ou apenas aquela manhã todos me esperavam com o mesmo entusiasmo. — Me deixei sentir um tanto importante para a ocasião. — Quando aquela sensação desconfortável... me tomava novamente.

A visita inesperada era Elice Barbosa a família a tratava com esmero, sinto que eles a conhecem desde o nascimento entre uma conversa e outra eu ia tomando nojo da cara da moça. A intimidade com que ela falava com Rodrigo era algo notável e todas as vezes que se referia a mim, era como se eu não estivesse presente ou não soubesse falar, ela era como uma cobra, rodeando- me para grudar em minha garganta em uma picada mortal.

A sua voz, também era aquele tipo de voz em que mulherzinhas nojentas, pobre e metida afortunadas, usam para convencer aos maridos assinarem um cheque em branco no qual elas gastam no brechó comprando roupas de artistas para esfregar na cara da sociedade que comprou em uma revista de moda. — Sim... eu também conhecia esse tipo!

Os seus modos eram o que mais me enojava... Ela tocava em Rodrigo, como se ele fosse o único poste de luz no meio da praça.

— A sua irmãzinha não fala Rodrigo!? — Ela havia dito usando uma voz nojenta.

Rodrigo olhou para ela, com os olhos frios.

— Ela não é a minha irmã. — Ele responde. — Ela é nossa hóspede e vai trabalhar conosco na empresa. — Ele conclui.

— Haaa, mas seus pais disseram que á adotaram, por isso deduzi que você fosse á considerar sua irmãzinha. — Ela olhava para mim e sorria, os seus dentes eram salteados grandes e me pareceram estar em boca de piranha. — O peixe! — Eu havia feito uma careta.

Recomeçar... (Completo)Where stories live. Discover now