Capítulo XIV

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O primeiro dia longe de sua família foi de partir o coração. Manson não conseguia parar de lembrar de sua família a todo instante, a cada coisa que ele fazia ou ouvia lhe vinha na mente seus pais e até seu irmão também. Mas nem só de lembranças boas vive o homem... A lembrança de seu primeiro apagão lhe veio a mente como um lampejo rápido de sua curta vida. Lá estava ele com seus doze anos dentro de um ônibus escolar rumo ao cabo Canaveral para que eles pudessem ver um pouco mais sobre o lugar onde teve o impacto da nave. Estava tudo bem até que de repente Manson desmaia com um de seus famosos apagões. Ao acordar, ele sentiu seu corpo estranho e percebeu que todos ao seu redor o olhavam abalados, preocupados com o que havia acontecido, em quanto em um pequeno grupo ria do ocorrido sem entender o motivo. O coração de Manson, bem como sua cabeça começaram a doer como nunca foram na vida e de repente ele conseguia entender todos os animais que passavam por lá, os pássaros que cantarolavam, outros xingavam em sua língua. Isso o fez surtar saindo dali correndo para dentro do ônibus com suas mãos em seus ouvidos em uma tentativa falha de abafar todas aquelas vozes.

-Manson, tá tudo bem?- perguntou Tim.

-Está sim Tim...

-Não me parece que você está bem.

-Eu só estou com uma dor de cabeça.

-Fala pra professora, ela liga para os seus pais virem te buscar.

-Já estou melhor. Porém você não está não é mesmo?

-Meus país se separaram ontem.

-Ta tudo bem?

-Claro que não, mas meu irmão mais velho não está se importando muito com isso. Ele está me ajudando a levar isso.

-Entendo.

-Mas você não me respondeu, o que aconteceu? Está tudo bem?

...

-Manson!

-Oi?

-Está tudo bem?- perguntou o doutor Cassian Edrian. O doutor que o convenceu de ficar.

-Está sim.

-Jake está aqui para te ver.

-Está?

-Sim, venha.

Manson vestia um moleton da empresa escrito Croquy's a empresa do futuro que cuida do seu presente. Um short cinza e um par de sandálias marrom. Seguiram até uma sala por onde escapava um feixe de luz claro sobre os espaços. Há uma placa no meio da parte de cima da porta escrito "Presidente Jake Croquy"

-Com licença senhor Croquy?

-Sim?

-O senhor Royard está aqui.

-Royard?

-Sim, o rapaz de quem conversamos por videoconferência.

-A sim, mande-o entrar.

-Ok, entre Manson.

-Obrigado.

Ele segurou firme na maçaneta e empurrou a porta para dentro dando de cara para um homem de pouco cabelo, majoritamente preto, mas com uma minoria branca bem espalhada pelas laterais. Sua barba preta se juntava ao bigode por uma ponte de pelos brancos. O começo de uma calvície surgia na frente em cima de sua cabeça. O peso de seus cinquenta anos surgiam sobre seu corpo rebocado com pintura e botox sobre o rosto. Pois já que ele era o rosto da indústria, precisa se manter o mais jovem possível, apesar que seu filho era o garoto propaganda do lugar.

O TerraqueoWhere stories live. Discover now