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Os encontros entre Louis e Harry continuaram escassos, porém o contato se mantinha crescendo constantemente já que o assunto parecia não faltar entre os dois. Eles conversavam até sobre a fórmula química do plástico se isso rendesse gargalhadas dos dois. E isso afetava a rotina dos dois, pois eles constantemente estavam procurando um pelo outro na estação.

Até que, em mais um dia enfadonho, Louis se senta em um assento da estação, logo em seguida enfiando sua vista em um dos livros de poesia que Harry o havia indicado. Ele estava tão entretido nos sonetos que não percebeu dois homens estranhos sentarem ao seu redor e o olharem com um olhar inapropriado para o local e horário. O rapaz só notou os senhores quando os dois começaram a falar coisas maldosas para ele.

"O que você faz aqui sozinho?", o moço de blusa vermelha falou e a respiração dele conseguia atingir a bochecha de Louis, o deixando amedrontado.

"Ainda bem que estamos aqui certo Jeff?", o segundo rapaz respondeu e se aproximou mais de Louis, diminuindo sua distância para o limite de um apoio para o braço. O garoto se encolheu entre os dois homens, todo o medo que ele tinha antes de conhecer Harry novamente surgindo em si e fazendo sua garganta quase fechar, um sinal de que ele estava perto de chorar.

O medo devorava Louis lentamente enquanto o mesmo estava diante de tantas invasões súbitas. As palavras da dupla continuavam o deixando desconfortável e fazendo o bolo presente na garganta do garoto aumentar, sua garganta quase implorando para que ele cedesse e chorasse.

Quando o moço de blusa marrom tocou em sua perna, ele estava prestes a dar um grito e entrar em pânico, porém Harry foi mais rápido e se aproximou, percebendo o desconforto do amigo.

"Lou, quanto tempo? Meu Deus você mudou muito, Christina está lhe chamando para falar com ela afinal ela conseguiu lhe reconhecer enquanto eu não. Você acha que essa lindas orbes verdes combinam com um óculos enorme e de lentes grossas? Porque eu acho que ficaria bizarro. Vamos", a mão estendida do rapaz pareceu uma âncora para Louis, uma âncora que, mesmo pesada, o salvaria e o fixaria em um ponto físico mesmo que o garoto esteja se afogando num mar de medo. E ao tocar aqueles dedos, Louis percebeu que nenhuma outra âncora lhe pareceria tão macia e tão leve.

O rapaz logo se levantou, ajeitando seu moletom e fazendo de tudo para não parecer frágil enquanto sussurrava um "Com licença" e se levantava. Ele percebia que o olhar da dupla estava em seu corpo e isso só fez a dor em sua garganta aumentar. O garoto precisou morder a parte interna de sua bochecha para não chorar em meio ao local movimentado e mostrar para os homens o quão exposto ele tinha se sentido.

Assim que saiu do campo de visão dos homens, Louis pulou nos braços do amigo, ambas as bolsas caindo dos os dos rapazes e indo em direção ao chão. Harry segurou o amigo firme, chegando a tirá-lo do chão pela diferença de tamanho. Depois de alguns minutos eles se afastaram e Louis retornou seus pés ao chão, com um sorriso de alívio se misturando às poucas lágrimas que saíram com o aperto do cacheado. Ele sussurrou um "obrigado" o mais baixo possível enquanto limpava seu olho esquerdo repleto de lágrimas que poderiam ter caído se o abraço tivesse durado mais.

Harry então sorriu seu lindo sorriso de covinhas como resposta e secou uma lágrima que tendia a cair pelo maxilar do rapaz. Eles se olharam um nos olhos do outro e só admiraram a pessoa à sua frente: O azul de Louis encarando os verdes de Harry e vendo uma espécie de porto seguro no fundo da pupila, as íris parecendo lhe afirmar com todas as letras que ele nunca estaria sozinho; O verde de Harry encarando os azuis de Louis, reparando na força e na fragilidade da íris que parecia clarear com as lágrimas, quase como se houvesse sido diluída pelo líquido.

Esse momento pareceu durar um pequeno infinito, que foi quebrado pelo som da máquina chegando para lhes levar para casa. Os dois coletaram as bolsas e entraram no vagão, apoiando-se na haste central, fazendo de tudo para não quebrar o contato visual. Azul e verde pareciam tão lindos juntos que parecia ser um sacrilégio separá-los. E até quando a mão de Harry moveu-se suavemente e acabou ficando por cima da sua, Louis não teve coragem de desviar o olhar, mesmo um arrepio tendo começado pelas covinhas na base da sua espinha e subido por toda a coluna, espalhando-se voluntariosamente por toda sua pele.

O caminho foi intenso, mesmo que nenhuma palavra tenha sido trocada depois do agradecimento baixo de Louis. Eles estavam se olhando como se vissem um pedacinho do paraíso no olhar um do outro e isso era tão tangível que as pessoas ao seu redor o olhavam e teciam comentários, alguns gentis e outros maldosos, sobre o jovem casal a frente.

Louis desceu primeiro e se sentiu extremamente culpado por ter quebrado o contato visual. Após acenar para o jovem e ver o metrô partir para longe dele e para perto do lar de Harry, ele desceu as escadas seguindo mil linhas de pensamento por degrau. O mar de medo em que ele estava se afogando vários minutos atrás havia sido trocado por um oceano de sentimentos que duas íris o proporcionaram. Não só pelas orbes verdes mas também pelas covinhas. Pela mão estendida. Pela desculpa esfarrapada que saíra tão convincente dos lábios rosadinhos de Harry. Pelos cachos que haviam chamado sua atenção durante o abraço por causa do seu agradável cheiro. Pela segurança que ele sentira quando estava sendo rodeado pelos braços do rapaz. Por tudo que envolvia Harry sendo um porto seguro para Louis.

E, ao chegar no último degrau, com o sapato de marca esportiva entrando em contato ao frio chão de concreto, Louis chegou a melhor conclusão que podia ter nos últimos tempos. Ele estava se apaixonando por seu colega de metrô Harry.

Oioi meus anjos! Espero que tenham gostado desse capítulo porque meu Deus eu amei muito escrever. Tipo sério eu amei do início ao fim. Queria agradecer à DoceLarry (espero ter acertado o user se eu errei que pena) por ter me cobrado atualização hoje (eu disse que quando eu prometo capítulo eu cumpro). Beijinhos e até a próxima anjos!

Subway (Larry) *Editando*Where stories live. Discover now