Capítulo 15

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Uma coisa que eu gosto e admiro é o barulho das águas.

Gosto de ir à praia só para ouvir o som das ondas, gosta do barulho da chuva, gosto do sou interrompida de terminar minha frase 

— Ainda dormindo – escuto Vitor falar

Estou de olhos fechados só pensando e ouvindo o barulho da água e dos pássaros, bom eu estava né

— Não, só estou pensando – digo sem abrir os olhos

— Pensando no quê? – ouço um barulho e sei que ele se sentou ao meu lado

Em como você é chato – penso. Desculpa Deus!

— Em várias coisas – abro os olhos – E você o que faz aqui – além de atrapalhas meus pensamentos?

— Nada demais, vi que você estava aqui sozinha e vim lhe fazer companhia

— Gosto de ficar sozinha, é bom pra mente as vezes – digo pra ver se ele se toca, mas acho difícil

— É, as vezes faço isso também.

Nem escuto mas o que ele diz, quando vejo Matheus na cachoeira, fico um tempo olhando pra ele e parece que ele sentiu e olhou para mim. Ele estava sorrindo, mas quando viu Vitor ao meu lado parou de rir

Me ajuda – mecho os lábias e ele rir, e sai da cachoeira e vem em nossa direção

— Então eu fico pensando nessas coisas, você também – olho para o Vitor, nem sei o que ele estava falando

— Sarah, você pode me ajudar? – escuto Matheus falar e me levanto

— Claro, depois a gente se fala Vitor – ele apenas balança a cabeça concordando – Obrigada, eu estava tão de boa sozinha e de repente ele apareceu

— Sei como é – ele diz – Bom, eu queria saber se você poderia me encontrar aqui na cachoeira amanhã?

— A gente vai embora amanhã, sabia? – digo rindo

— Eu sei, mas a gente vai a noite, e quero te encontrar a tarde, as 16h pode ser?

— Claro, então está gostando? – pergunto a ele e nos sentamos em baixo de uma árvore

— Por enquanto estou. Só estou incomodado com uma pessoa, mas vou resolver isso depois.

— Entendi, acho que hoje a noite vai ter uma fogueira e acho que eles vão cantar, não sei.

— Então hoje vou ouvir sua voz? – ele diz empurrando meu ombro

— Talvez, se eles me pedirem para cantar – digo dando de ombros e olho ao redor – Aqui é bem bonito, né? – pergunto a ele

— É sim – ele diz olhando pra mim – Muito bonito

— É mesmo – digo também olhando pra ele e de repente começos a rir

— Você está falando do lugar ou de mim? – ele pergunta e rio mais – Porque se for de mim, tenho que concordar que sou bem bonito – ele diz passando a mão no cabelo molhado e me molhando

— Nem se acha você – digo ainda rindo

— Bom, minha mãe diz que sou lindo e creio que minha mãe não mentiria para mim

— Toda mãe que seu filho é bonito, ele pode ser o mais feio mas ela acha ele lindo. Talvez ache até feio, mas não vai dizer que ele é.

— Então minha mãe está mentindo pra mim? – ele pergunta

— Não – digo e depois percebo o sorriso dele crescer

— Viu, você mesma acabou de dizer que sou lindo – ele diz se achando

— Para de palhaçada – digo rindo

— Achei vocês, o almoço está pronto – Davi diz

Fico um tempo pensando em como eles fizeram essa comida, e em que lugar

— Onde eles cozinharam? – pergunto o meu irmão

— Ali – ele aponta para uma casa mesmo e fico pensando em como não vi esse lugar

— Como não vi esse lugar? – pergunto ao meu irmão

— E creio que você nem reparou que onde vamos dormir tem banheiro também – ele diz rindo

Gente, tem banheiro? Nunca vi uma pessoa tão distraída como eu.

Não sou de ficar reparando nas coisas, a não ser que seja quando eu vou tirar foto, eu reparo bem o local.

— É você está certo – eu digo e os dois começam a rir

Quando entramos no local vejo Nanda já com o prato e comendo

— Nanda eu disse que ia ser rápido. Por que não me esperou? – meu irmão resmunga

— Você demorou muito – ela diz comendo

— Onde dois minutos é demorar muito – ele diz

— Desculpa, mas eu estava com fome – ela diz dando de ombros

— Quero nem ver quando essa menina ficar grávida – meu irmão sussurro pra mim e vai pegar um prato

Nem eu – penso

Coloco um pouco de comida e vou sentar junto com Nanda, Rafaela e Iago

— Oi Iago – digo me sentando

— Olá Sarinha, tudo bem?

Iago tem vinte e sete anos, é o mais velho do grupo entre a gente, também é moreno com o cabelo black e os olhos castanho claro

— Tudo indo e você?

— Estou ótimo.

— Do que estão falando? – Matheus chega perguntando

— Por enquanto sobre nada – Nanda diz

~~*~~

Quando a noite chegou fizemos uma roda como eu imaginei, olhei para o céu e estava bastante estrelado, pensei que quando terminasse aqui, ficaria mais um tempo olhando para o céu

Meu irmão estava com um violão e eu nem tinha reparado que eles tinham traduzido alguns instrumentos, afinal o que eu reparo?

A noite está fresca, coloquei um vestido branco, também com um pano bem fresco e uma rasteirinha.

Vejo Matheus e ele está com uma bermuda azul jeans e uma blusa branca, e um chinelo branco.

Davi começa dedilhar no violão e começamos a cantar

Entra Mestre, descansa um pouco
Estás cansado, estás sedento e rouco
Dorme Mestre, a casa é Tua
Já fechei porta e janela pra rua

Deixou me falando só
Dormiu tão pesado, fazia dó

Como será, Mestre, este sonho Teu?
Sonhas como homem? Sonhas como Deus?
Sonhas com a glória que tinhas com o Pai, na luz?
Ou sonhas com a cruz?Perdoa Mestre, mas já é hora
Uma multidão te espera lá fora
Estás decidido, não te detenho
Vais curando até chegar ao lenho

Partiu, fica a paz em mim
Fica sala com cheiro de jasmim
Vai verter a vida do corpo Teu
Vai levar a culpa de alguém como eu
Vai lavar o sujo do meu próprio eu
Levar-me puro a Deus

Cantamos mais duas música

— Sarah, canta uma música pra gente? – Iago diz e eu não posso recusar

— Claro

Seja o que Deus quiser. 

Te Esperei (Romance Cristão) Where stories live. Discover now