O casamento...de Stef

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No dia seguinte a chegada de Sílvie, levamos ela no lago. Queria muito estar lá com ela. Sentamos na beira do lago, para conversar e se bronzear um pouco no sol fraco que estava fazendo.
O mais interessante foi ouvir de Mark a versão dele do dia que fomos surpreendidos, ver a emoção dele.

- Então. Aqui é o famoso lago, onde tudo começou.. - Apresentou Mark.

- E que causou muita dor também - completei.

- A primeira vez que estive aqui com Sig estava eu, ele, Stef e Anderson. Nós éramos o time de revezamento e passamos a tarde brincando, mas eu queria ficar com Sig sozinho. Na hora que eles falaram que iam embora, pedi pra ele ficar..

- Eu lembro de pensar, o que esse cara quer? Ficava me encarando rsrs..

- E você ficou Sig?

- Sim...- Falei sem graça, na verdade até hoje se surpreendia com essa atitude.

- Ele ficou, mas nem me olhava direito, ficou todo sem jeito.

- Eu estava na dúvida, do que estava fazendo, porque não tinha ido embora..

- E nos beijamos, mas ele saiu e disse meio bravo - Mark me imitou - Eu não sou gay..

- Sério Sig?

- Eu não entendia o que estava acontecendo, minha cabeça era uma confusão..

- No dia que nos pegaram, eu estava extremamente feliz, o Sig do nada sumiu e não falava mais direito comigo e eu tinha desistido,mesmo estando terrivelmente apaixonado, aí ele aparece como se fosse um cavaleiro num cavalo branco, numa moto.

Os olhos de Sílvie brilhavam ouvindo nossa história, agora ouvindo os dois lados.

- Que lindo..

- Quando ouvi no dia seguinte da nossa noite maravilhosa, o Sr Theo gritando com Sig, me assustei. Queria protegê- lo mas não sabia como - Os olhos de Mark se encheram de lágrimas e eu o abracei. - Vi meu pai o que me acalmou, mas vi o desespero nos olhos de Sig, tentei acalmá- lo mas sabia que tudo tinha desandado, que iria ser difícil.

- Meu pai me trancou no quarto com chave e Edy me deu um murro. No dia seguinte ele me levou pra casa da minha tia me tirando de casa e me proibiu de falar com Mark.

- Eu fiquei desesperado, queria que ele fugisse comigo, queria pegar na mão dele e sair no mundo. Fui atrás dele e os amigos de Edy me cercaram, me xingaram e me bateram. Não entendi quando ele foi embora, estava no hospital com pontos na testa e maxilar quebrado e ele não foi me ver. Me senti abandonado, como se ele tivesse desistido.

Sentindo que a gente estava relembrando coisas duras, de muito preconceito e violência, Sílvie quis amenizar a situação.

- Mas olhem vocês hoje, vocês venceram meninos, passaram por tantas coisas para estarem juntos. Às vezes era preciso esse amadurecimento, vocês se encontraram no momento certo. Uma pena a violência toda, mas o amor venceu né?

- Eu estudei loucamente, trabalhei loucamente, só tinha Mark como meta. Eu tinha que te encontrar de novo - Estava em catarse, como se estivesse sentindo tudo aquilo de novo.

- Eu sou testemunha disso, no início da faculdade ele dizia isso o tempo todo, Utrecht representava você Mark.

- Sílvie olha um pouquinho pra lá..

Mark me pegou pelo cabelo e apertou com vontade, me levantou e me deu um beijo com tanto desejo, que perdi um pouco o fôlego. Me abraçou forte e ficou sussurrando no meu ouvido alguns segundos:

- Te amo, te amo, te amo, te amo, te amo...

- Te amo mais..

Por um momento lamentamos a presença de Sílvie ali tadinha.

BoysWhere stories live. Discover now