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O homem, sem entender a ação da menina, ficou parado observando os detalhes da simplicidade trajado de forma viva na vida daquela criança humilde: o pequeno buraco na terra que ela fez, as flores murchas, um pano na porta de entrada servindo de ta...

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O homem, sem entender a ação da menina, ficou parado observando os detalhes da simplicidade trajado de forma viva na vida daquela criança humilde: o pequeno buraco na terra que ela fez, as flores murchas, um pano na porta de entrada servindo de tapete, outros estampados nas janelas, e os vestígios de rabiscos gravados na parede de madeira da casa. Como o medo, a miséria também predomina por toda a comunidade.

Dulce abriu a porta e, num susto, o homem encarou-a e apresentou-se confuso:

_ Olá, o meu nome é Richard.

Mantendo o silêncio, Dulce olhou dos pés à cabeça para o homem à sua frente, encarou fixamente os olhos dele e abriu mais a porta para poder sair.

_ Eu sou Dulce, e aquela é a minha filha Luanda. – depois de uma pausa, ela continuou com a sua mão direita agarrada à porta e questionou-o – O que você quer aqui? Posso te ajudar em alguma coisa?

_ Desculpe, eu sou brasileiro, vim com a vontade de adotar uma criança, eu sei que estão em guerra.

Ao escutar isso, Luanda se dirigiu até a porta e tentou abri-la, mas a sua mãe segurava-a com muita força. A paz desceu como um raio das alturas e trouxe a luz do nascer do sol em uma nova chance de recomeçar.

Depois de inúmeras tentativas, Dulce largou a maçaneta e a menina conseguiu abri-la. Então, Luanda saiu e posicionou-se ao lado da sua mãe, esta olhou para a sua filha com um semblante de reprovação, a menina engoliu em seco e encarou Richard.

_ Está a ter muitas mortes e crianças desabrigadas, com certeza o senhor vai achar alguma.

Depois de falar, e sem esperar respostas, a mulher agarrou Luanda pelo braço e a arrastou para dentro de casa, e, em seguida, ia fechando a porta, mas Richard segurou a mesma e gritou pedindo:

_ Espere.

Dulce olhou para ele por uma fresta.

_ Espere, por favor. – depois de uma pausa, ele prosseguiu – Eu. – Richard direcionou os seus olhos ao chão, na tentativa de procurar as palavras certas para dizer – Quer ir para o Brasil comigo?

_ Porque eu aceitaria? – questionou Dulce assustada com a proposta.

_ Posso entrar?

_ Claro. – afirmou a mulher desconfiada, dando-lhe passagem.

_ Como sabe, eu vim aqui com o propósito de adotar uma criança. A minha esposa faleceu no ano passado com câncer. Quando eu vi a sua filha, imaginei um futuro a ela e eu me encantei pela sua beleza.

Dulce e Luanda encaravam Richard prestando atenção em cada palavra pronunciada, depois de uma longa pausa, ele respirou fundo e continuou insistente:

_ Vou fazer novamente a mesma pergunta, aceita ir comigo para o Brasil? Para começar uma nova vida e dar um futuro para a Luanda.

_ Eu não sei. – indecisa, respondeu Dulce que estava pensando em Amani.

_ Por quê? O que te prende aqui?

_ O que me prende aqui – ela deslizou as mãos sobre o rosto e continuou – é um amor passado que foi para a guerra e faz meses que não tenho notícias dele.

_ Então, o que você espera? Vocês morrerem? Eu sei que é difícil, mas esta é a realidade.

Com lágrimas paradas nos olhos e pensativa, Dulce olhou para a sua filha, era uma decisão difícil e arriscada, mas não temos nada a perder quando tentamos, depois de alguns minutos calada, deixando a ansiedade carcomer os fios de esperança em Richard, ela decidiu-se:

_ Tudo bem, ao futuro da Luanda, eu aceito partir.

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