Hall of Fame ✅

6. Safe Inside

— Gale!

A retruca de Skylar veio assim que Gale Langbroek quebrou mais três ovos na enorme tigela que mexia, dobrando toda a receita que ele já tinha começado a fazer anteriormente.

— Nós não precisamos de tantas panquecas — Sky continuou, cruzando os braços, tomando cuidado para não encostar as mãos sujas de farinha de trigo na roupa que vestia. — Você está fazendo essa receita para uma família completa.

— Você precisa — Gale respondeu firme, sem desviar os olhos do instrumento que usava para misturar a massa, que espirrava vez ou outra no avental escuro que cobria seu corpo. — Você precisa se alimentar bem, Skylar.

Uma semana já havia passado desde o dia que ela tinha estado no hospital, mas toda a sua rotina tinha mudado no momento em que ela sentou no banco de carona do carro de luxo de Gale Langbroek.

Em sua defesa, ela sabia que ele era assim e por isso tentou primeiro ligar para Mika, mas desistiu depois de quase dez ligações encaminhadas para a caixa postal. Apostava que a fotógrafa tinha encontrado alguém bom o suficiente para ter emendado a noite após a festa de inauguração e descobriu, mais tarde, que fora exatamente isso que tinha acontecido.

Sabia que também tinha acabado com os planos de Gale desde o momento que ele aparecera no hospital com muito mais cara de ressaca e pós-sexo do que ela esperava, mas Sky sabia que ele era capaz de largar tudo para ir de encontro a ela.

Tudo.

Não importava se era um show ou uma mulher que ele tinha encontrado na noite anterior. Gale era capaz de dispensá-la com três frases e uma delas definitivamente era 'uma pessoa precisa de mim'.

— E eu estou me alimentando bem — murmurou para ele, vendo-o despejar um pouco de massa na frigideira que já estava no fogo. — Você está se certificando diariamente disso ou devo te lembrar que você não me deixou pisar fora de casa durante esses últimos dias?

— O médico foi bem claro quando mencionou repouso — Gale continuou, dando de ombros. — Só estou me certificando que isso aconteça.

O tom que o DJ tinha utilizado podia ter sido o mais frio possível, mas fez com que um sorriso aparecesse nos lábios da loira. Ela sabia, por experiência, que aquele era o jeito dele de dizer, sem usar as palavras certas, que se preocupava com ela.

Sempre fora assim. Não se recordava, desde quando tinham se conhecido em um evento lotado após um flerte barato dele e uma piscadela dela, de ter escutado uma declaração clara de amor de Gale.

Com ele, sempre eram gestos.

Um beijo no topo dos cabelos antes de um grande evento, um abraço apertado quando as coisas davam errado e os dedos entrelaçados quando ele achava que isso seria necessário.

Tudo para dizer o que seu aspecto durão não deixava ser dito com palavras.

Sky se posicionou atrás do DJ, passando seus braços pelo pescoço dele, sentindo todos os seus músculos se enrijecerem embaixo da blusa branca que vestia.

— Eu não te agradeci por ter cuidado tão bem de mim essa semana — murmurou com a boca próxima do ouvido dele, fazendo sorrir levemente sem mostrar os dentes. — Obrigada, Gale.

Ele colocou uma das mãos por cima da dela, apertando levemente ali.

— Não precisa agradecer por isso — murmurou baixinho, virando levemente o pescoço para que pudesse vê-la, a tempo de checar o sorriso que tinha aparecido em seu rosto. — Eu só quero te ver bem de novo.

Ela tinha o aspecto bem melhor do que quando tinha chegado ali, reclamando dos tantos furos que tinha levado no hospital e da comida sem sal que eles serviam, mesmo sendo um particular. O norueguês tinha tratado pessoalmente de passar os últimos cinco dias ao lado dela, fazendo-a comer de três em três horas e dormir, ao menos, seis horas por noite. Só conseguia esse feito quando tirava o celular dela antes que entrasse no quarto, garantindo que Sky não ia passar horas e horas checando suas redes sociais e atualizando o seu blog.